Nessa
caminhada
por
ruas
que
você
vê
amanhecer
pela
primeira
vez.
O
vendedor
de
peixes
na
calçada,
a
oração
dos
homens,
tudo
o
que
você
conta
baixinho,
dentro
da
sua
cabeça,
pra
essa
mulher
que
você
acabou
de
conhecer
no
avião.
Como
se
houvesse
uma
voz
narrando
a
sua
vida
e
você
fosse
outro
e
se
visse
lá
do
alto
caminhando
pelas
ruas
que
você
vê
amanhecer
pela
primeira
vez.
Não
importa
onde
você
esteja,
a
humanidade
segue
submersa
num
atoleiro
de
carências
simuladas,
onde
o
movimento
monolítico
de
lucratividade
apenas
alimenta
um
capitalismo
voraz
cada
vez
mais
ininterrupto.
Vinte
e
quatro
horas
por
dia,
sete
dias
na
semana.
Transnacionalmente
por
sob
ruas
barulhentas
demais,
pessoas
orgulhosas
de
estarem
sempre
ocupadas
demais,
conectadas
demais
e
ao
mesmo
tempo
tão
longe
umas
das
outras.
Representadas
por
perfis
e
avatares
em
telas
de
LCD.
Enquanto
esses
clones
interagem
à
distância,
onde
estarão
suas
almas?
Essa
caminhada
pelas
ruas
que
você
vê
amanhecer
pela
primeira
vez
te
despertam
esse
tipo
de
pensamento.
A
sua
mente
vaga
e
você
coloca
seus
fones
de
ouvido
para
se
livrar
dos
barulhos
da
cidade.
Poder
pensar
melhor
nessa
mulher
que
você
acabou
de
conhecer
no
avião.
Contar
tudo
isso
pra
ela,
até
os
pequenos
detalhes
dos
anjos
nas
faixadas
dos
prédios.
Que
agora
se
misturam
com
o
sorriso
dela.
Essa
caminhada
por
essas
ruas
onde
você
não
entende
nada
o
que
escuta
ou
lê.
É
como
se
você
fosse
uma
criança
analfabeta.
Te
deixam
sonhando
acordado
e
imaginando
como
seria
um
novo
encontro
com
ela
On
this
journey
through
streets
that
you
watch
dawn
for
the
first
time.
The
fish
vendor
on
the
sidewalk,
the
men's
prayers,
everything
you
tell
softly,
inside
your
head,
to
this
woman
you
just
met
on
the
plane.
As
if
there
was
a
voice
narrating
your
life
and
you
were
someone
else
and
saw
yourself
from
above
walking
through
the
streets
that
you
watch
dawn
for
the
first
time.
Wherever
you
are,
humanity
remains
submerged
in
a
quagmire
of
simulated
needs,
where
the
monolithic
movement
of
profitability
only
feeds
an
increasingly
uninterrupted
voracious
capitalism.
Twenty-four
hours
a
day,
seven
days
a
week.
Transnationally,
under
too
noisy
streets,
people
are
proud
to
always
be
too
busy,
too
connected,
and
at
the
same
time,
so
far
from
each
other.
Represented
by
profiles
and
avatars
on
LCD
screens.
As
these
clones
interact
at
a
distance,
where
will
their
souls
be?
This
walk
through
the
streets
where
you
see
dawn
for
the
first
time
awakens
this
kind
of
thought
in
you.
Your
mind
wanders
and
you
put
on
your
headphones
to
get
rid
of
the
noises
of
the
city.
To
be
able
to
think
better
about
this
woman
you
just
met
on
the
plane.
To
tell
her
all
this,
even
the
small
details
of
the
angels
on
the
facades
of
the
buildings.
That
now
mingle
with
her
smile.
This
walk
through
these
streets
where
you
don't
understand
anything
you
hear
or
read.
It's
as
if
you
were
an
illiterate
child.
They
let
you
daydream
and
imagine
what
a
new
encounter
with
her
would
be
like
No
olhar,
no
falar,
no
sorrir
In
her
look,
in
her
speech,
in
her
smile
Não
teclar,
não
atender,
não
ter
que
ir
Not
to
type,
not
to
answer,
not
to
have
to
go