Paroles et traduction Alcymar Monteiro - Serrote Agudo / Cacimba Nova (Pout Pourri)

Serrote Agudo / Cacimba Nova (Pout Pourri)

Minha homenagem a
Luiz Gonzaga e Zé Marcolino

Passando em Serrote Agudo
Em viagem incontinente
Vendo a sua solidão
Saí pesando na mente

Eu vou fazer um estudo
Pra me contar a miúdo
Quem já foi Serrote Agudo
Quem está sendo no presente

Já foi um reino encantado
Foi berço considerado
Quem conheceu seu passado
Acha muito diferente

Aonde' um touro em manada
Berrava cavando o chão
Fazendo revolução
Na época de trovoada

Dando berros, enraivado
Por achar-se enciumado
Do seu rebanho afastado
Vacas que lhe pertenciam

Na sombra do juazeiro
Já lhe esperando o vaqueiro
Com o seu cachorro trigueiro
Como seu grande vigia

Vaqueiros e moradores
Encantos, belezas mil
Onde reinavam os fulgores
De um Major forte e viril

Rijo, porém, animado
Fazia festa de gado
Onde o vaqueiro afamado
Campeava todo dia

Hoje sem Major, sem nada
Só se ver porta fechada
Não se vê mais vaquejada
Não reina mais alegria

Fazenda Cacimba Nova
Foi bonito o teu passado
Hoje estás dando a prova
Pelo o que vejo ao teu lado

Um curral grande pendido
Um carro velho esquecido
Pelo sol, todo encardido
Sentindo sem paradeiro

Falta de juntas de bois
Que lhes levavam de dois
Obedecendo ao carreiro

Resistente casarão
Em ti, as águas rolavam
Onde os vaqueiros brincavam
Em corridas de mourão

Um touro velho berrando
No tronco do pau, fungando
Os seus chifres, amolando

Com o maior desespero
Um heroísmo tamanho
Em defesa do rebanho
Fazendo medo ao vaqueiro

Quem te vê, sai suspirando
Lamentando cada instante
Vendo o tempo devorando
O teu passado brilhante

Mas rogo a Deus para um dia
Reinar-te ainda alegria
Paz, sossego e harmonia

Voltando à felicidade
Que um sentimental vaqueiro
Passando no teu terreiro
Solte um aboio de saudade

Saw Sharp / New Well (Pout Pourri)

My homage to
Luiz Gonzaga and Zé Marcolino

Passing by Saw Sharp
On an endless journey
Seeing its loneliness
I left pondering

I'll make a study
To tell me in detail
Who Saw Sharp once was
Who it is now

It was once an enchanted kingdom
It was a renowned cradle
Anyone who knew its past
Finds it much changed

Where' herds of bulls
Would bellow, digging up the ground
Making a revolution
In the time of thunderstorms

Bellowing and raging
Because they were jealous
Of their herd being separated
Cows that belonged to them

Under the shade of the carob tree
The cowboy was already waiting
With his wheat-colored dog
As his loyal guardian

Cowboys and locals
Enchantments, a thousand beauties
Where the brilliance reigned
Of a strong and virile Major

Tough, but lively
He would throw cattle festivals
Where the famous cowboy
Would triumph every day

Now without a Major, without anything
You only see closed doors
You don't see rodeos anymore
Joy doesn't reign anymore

New Well Farm
Your past was beautiful
Today you're proving it
By what I see by your side

A large, abandoned corral
A forgotten old car
All faded by the sun
Feeling endless

Lacking teams of oxen
That used to carry them in pairs
Obeying the carter

Resilient manor
Waters flowed within you
Where the cowboys would play
Racing logs

An old bull bellowing
At the base of the pole, snorting
Sharpening his horns

With the utmost desperation
Such heroism
Defending the herd
Frightening the cowboy

Whoever sees you, sighs
Regretting each moment
Seeing time devour
Your brilliant past

But I pray to God that one day
Joy will reign again
Peace, tranquility, and harmony

Returning to happiness
That a sentimental cowboy
Passing by your land
Will let out a cry of longing