Paroles et traduction Alfredo Marceneiro - Foi na velha Mouraria

Foi na velha Mouraria

Foi na velha Mouraria
De ruas tristes, escuras
Bairro antigo de mistério
Que sorrindo de alegria
Ou chorando desventuras
Teve o fado o seu império

Quando passo à Mouraria
Em noite de chuva e vento
Que é quando a tristeza impera
Todo o meu sangue se esfria
Se penso no sofrimento
Do Custódio p'la Severa

É que esse pobre aleijado
Tendo no peito a fibra
Da raça sentimental
Era por ela mandado
Tinha de ir beijar a mão
Ao fidalgo, seu rival

Dos seus lábios sensuais
Um beijo voluptuoso
Nunca o Custódio acolheu
Por isso, ele sofreu mais
Do que o próprio Vimioso
Quando a Severa morreu

In the Old Moorish Quarter

In the old Moorish quarter
Of sad, dark streets
An ancient neighborhood of mystery
Where they smiled with joy
Or cried their misfortunes
Fado reigned supreme

When I walk through the Moorish quarter
On a night of rain and wind
When sadness pervades
My blood runs cold
If I think of the suffering
Of Custódio for Severa

That poor cripple
With a fiber in his chest
Of sentimental stock
Was sent for by her
He had to go and kiss the hand
Of the nobleman, her rival

From her sensual lips
A voluptuous kiss
Custódio never received
Therefore, he suffered more
Than Vimioso himself
When Severa died