Paroles et traduction Caetano Veloso - Tropicália - Remastered 2006

Tropicália - Remastered 2006

Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões
Meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento no planalto central
Do país
Viva a bossa-sa-sa
Viva a palhoça-ça-ça-ça-ça
Viva a bossa-sa-sa
Viva a palhoça-ça-ça-ça-ça
O monumento é de papel crepom e prata
Os olhos verdes da mulata
A cabeleira esconde atrás da verde mata
O luar do sertão
O monumento não tem porta
A entrada de uma rua antiga, estreita e torta
E no joelho uma criança sorridente, feia e morta
Estende a mão
Viva a mata-ta-ta
Viva a mulata-ta-ta-ta-ta
Viva a mata-ta-ta
Viva a mulata-ta-ta-ta-ta
No pátio interno há uma piscina
Com água azul de Amaralina
Coqueiro, brisa e fala nordestina e faróis
Na mão direita tem uma roseira
Autenticando eterna primavera
E nos jardins os urubus passeiam a tarde inteira
Entre os girassóis
Viva Maria-ia-ia
Viva a Bahia-ia-ia-ia-ia
Viva Maria-ia-ia
Viva a Bahia-ia-ia-ia-ia
No pulso esquerdo bang-bang
Em suas veias corre muito pouco sangue
Mas seu coração balança a um samba de tamborim
Emite acordes dissonantes
Pelos cinco mil alto-falantes
Senhora e senhores ele põe os olhos grandes
Sobre mim
Viva Iracema-ma-ma
Viva Ipanema-ma-ma-ma-ma
Viva Iracema-ma-ma
Viva Ipanema-ma-ma-ma-ma
Domingo é o Fino da Bossa
Segunda-feira está na fossa
Terça-feira vai à roça
Porém
O monumento é bem moderno
Não disse nada do modelo do meu terno
Que tudo mais vá pro inferno, meu bem
Viva a banda-da-da
Carmem Miranda-da-da-da-da
Viva a banda-da-da
Carmem Miranda-da-da-da-da

Tropicália - Remastered 2006

Au-dessus de ma tête, les avions
Sous mes pieds, les camions
Je pointe vers les plateaux
Mon nez
J'organise le mouvement
Je dirige le carnaval
J'inaugure le monument sur le plateau central
Du pays
Vive la bossa-sa-sa
Vive la palhoça-ça-ça-ça-ça
Vive la bossa-sa-sa
Vive la palhoça-ça-ça-ça-ça
Le monument est en papier crépon et en argent
Les yeux verts de la mulâtresse
Ses cheveux cachés derrière la végétation verte
Le clair de lune du sertão
Le monument n'a pas de porte
L'entrée est une vieille rue étroite et sinueuse
Et sur son genou, un enfant souriant, laid et mort
Tend la main
Vive la mata-ta-ta
Vive la mulâtresse-ta-ta-ta-ta
Vive la mata-ta-ta
Vive la mulâtresse-ta-ta-ta-ta
Dans la cour intérieure, il y a une piscine
Avec de l'eau bleue d'Amaralina
Cocotier, brise et paroles du nord-est et phares
Dans sa main droite, il y a un rosier
Authentifiant un éternel printemps
Et dans les jardins, les vautours se promènent toute l'après-midi
Parmi les tournesols
Vive Maria-ia-ia
Vive la Bahia-ia-ia-ia-ia
Vive Maria-ia-ia
Vive la Bahia-ia-ia-ia-ia
Au poignet gauche, bang-bang
Dans ses veines coule très peu de sang
Mais son cœur balance au rythme d'un samba de tamborim
Il émet des accords dissonants
Par les cinq mille haut-parleurs
Mesdames et messieurs, il pose ses grands yeux
Sur moi
Vive Iracema-ma-ma
Vive Ipanema-ma-ma-ma-ma
Vive Iracema-ma-ma
Vive Ipanema-ma-ma-ma-ma
Le dimanche est le Fino da Bossa
Le lundi est dans le trou
Le mardi va à la campagne
Mais
Le monument est très moderne
Je n'ai rien dit sur le modèle de mon costume
Que tout le reste aille en enfer, mon bien
Vive la bande-da-da
Carmem Miranda-da-da-da-da
Vive la bande-da-da
Carmem Miranda-da-da-da-da