Paroles et traduction Chitãozinho feat. Xororó - A Colheita

A Colheita

Quando o cansaço do trabalho sem descanso
De grossos calos amarelam suas mãos
O lavrador quer transformar o verde em flor
E ver a flor se transformar em grão
Se de chorar Deus se lembrou durante o ano
E o seu pranto se fez chuva sobre o chão
O lavrador já se prepara pra colheita
Sorrindo vê que seu suor não foi em vão
E a colheita que encheu a tulha
Da tulha o grão para cidade vai
A terra dorme e ele não descansa
Sempre na esperança de colher bem mais
Para colher o plantou com seu trabalho
O lavrador leva pro eito o mutirão
A sacaria é trazida aos carreadores
E pra cidade quem transporta é o caminhão
Com o dinheiro ele vai pagar o banco
Não sobra nada e ele espera outro verão
Assim pensando o lavrador vai para a roça
Arar a terra para nova plantação
E a colheita que encheu a tulha
Da tulha o grão para cidade vai
A terra dorme e ele não descansa
Sempre na esperança de colher bem mais
Entra colheita e sai colheita e nunca morre
A esperança deste homem do sertão
Chegando ao fim do carreador do seu destino
De sua luta não sobrou nem um tostão
Um simples nome fica em seu último leito
E tanto faz se era Antônio ou João
Ninguém se lembra de quem só viveu pra terra
E que um dia acabou virando chão
E a colheita que encheu a tulha
Da tulha o grão para cidade vai
A terra dorme e ele não descansa
Sempre na esperança de colher bem mais
A terra dorme e ele não descansa
Sempre na esperança de colher bem mais

The Harvest

When the weariness of relentless work
Covers your hands with thick, yellow calluses
The farmer seeks to turn the green into a flower
And watch that flower transform into grain
If God remembered to weep throughout the year
And his tears became rain upon the ground
The farmer is now preparing for the harvest
Smiling, he sees that his sweat was not in vain
And the harvest that filled the bins
From the bins, the grain goes to the city
The land sleeps, but he does not rest
Always hoping to harvest much more
To reap what he planted with his own labor
The farmer takes the mutirão [a group of volunteer workers] to the field
The sacks are brought to the porters
And to the city it is the truck that transports
With the money, he will pay off the bank
Nothing is left, and he awaits another summer
Thus thinking, the farmer goes to the field
To plow the land for a new planting
And the harvest that filled the bins
From the bins, the grain goes to the city
The land sleeps, but he does not rest
Always hoping to harvest much more
The harvest comes and goes, but never dies
The hope of this man from the backlands
Reaching the end of his destiny's path
Not even a coin remains from his struggle
A simple name remains on his final bed
And it matters not if it was Antônio or João
No one remembers those who lived only for the land
And who one day ended up becoming dust
And the harvest that filled the bins
From the bins, the grain goes to the city
The land sleeps, but he does not rest
Always hoping to harvest much more
The land sleeps, but he does not rest
Always hoping to harvest much more