Paroles et traduction MPB4 - Pois E Pra Que

Pois E Pra Que

O automóvel corre a lembrança morre
O suor escorre e molha a calçada
A verdade na rua a verdade no povo
A mulher toda nua mas nada de novo
A revolta latente que ninguém vê
E nem sabe se sente pois é pra que

O imposto a conta o bazar barato
O relógio aponta o momento exato
Da morte incerta a gravata enforca
O sapato aperta o país exporta
E na minha porta ninguém quer ver
Uma sombra morta pois é pra que

Que rapaz é esse que estranho canto
Seu rosto é santo seu canto é tudo
Saiu do nada da dor fingida
Desceu a estrada subiu na vida
A menina aflita ele não quer ver
A guitarra excita pois é pra que

A fome a doença o esporte a gincana
A praia compensa o trabalho a semana
O chopp e o cinema o amor que atenua
O tiro no peito o sangue na rua
A fome a doença não sei mais porque
Que noite que lua meu bem pra que

O patrão sustenta o café o almoço
O jornal comenta o rapaz tão moço
O calor aumenta a família cresce
O cientista inventa uma flor que parece
Se a razão mais segura pra ninguém saber
De outra flor que tortura

No fim do mundo tem um tesouro
Quem foi primeiro carrega o ouro
A vida passa no meu cigarro
Quem tem mais pressa que arranje um carro
Pra andar ligeiro sem ter porque
Sem ter pra onde pois é pra que
Pois é pra que
Pois é

Pois E Pra Que

The car races, the memory dies
The sweat drips and wets the sidewalk
The truth in the street, the truth in the people
The woman all naked, but nothing new
The latent revolt that no one sees
And nor does she know if she feels it, because what for

The tax, the bill, the cheap bazaar
The clock points out the exact moment
Of uncertain death, the tie hangs
The shoe tightens, the country exports
And at my door no one wants to see
A dead shadow, because what for

What young man is this with a strange song
His face is holy, his song is everything
He came out of nowhere, from feigned pain
Went down the road, climbed up in life
The distressed girl he doesn't want to see
The guitar excites, because what for

The hunger, the disease, the sport, the gymkhana
The beach compensates for the work, the week
The beer and the cinema, the love that soothes
The gunshot in the chest, the blood in the street
The hunger, the disease, I don't know why anymore
What night, what moon, my dear, what for

The boss supports the coffee, the lunch
The newspaper comments on the young man so young
The heat increases, the family grows
The scientist invents a flower that looks like
If the reason more secure so that no one knows
Of another flower that tortures

At the end of the world there is a treasure
He who went first carries the gold
Life passes in my cigarette
He who is in more of a hurry, gets a car
To go fast without having to, why
Without having anywhere to go, because what for
Because what for
Because it is