Paroles et traduction Marco Brasil - Poema "o Sentido da Vida" (Trilha: Gabriela)

Poema "o Sentido da Vida" (Trilha: Gabriela)

Essa é uma história que já deixou muita gente comovida
Fala sobre um homem
Que achava que na sua vida muitas coisas
Pra ele não fazia sentido.
É a história de um fazendeiro,
Um homem sem coração,
Mas que um dia pagou caro
Pelo seu despreso e a sua ingratidão.
Dos quatro filhos que teve,
Três ele trazia na palma da mão,
Com carinho e muita dula,
E o outro era a caçula,
Que seria a sua sina,
Só porque ela era menina,
Ele não escondia a sua decepção,
E pra todos ainda dizia,
Que filho tinha que ser homem,
Que era pra ajudar o pai na lida,
E que um dia seria o dono do seu próprio chão,
E que filha mulher era atraso de vida,
Além de não servir pra ali, não saberia dar ordens,
E jamais poderia um dia ser um patrão.
Em todo o canto que ia, os três filhos ele levava,
Só que a menina ele despresava,
E ela entristecida, chorava escondida, e em seu canto ficava.
Sabendo que o maior erro da sua vida era ter nascido mulher,
Essa era a única culpa que ela carregava.
Mas um dia já cansada do despreso que ela sofria,
Chamando o seu pai de um lado a verdade ela dizia:
"Meu pai, o senhor me viu nascer, mas nunca me considerou,
Eu já ouvi muito o senhor dizer, que o seu maior orgulho, é a sua fazenda de gado, e ver o seus filhos do seu lado,
No lombo de um cavalo, ou em cima de um trator.
Mas é só dos meus irmãos que o senhor tem falado,
Porque comigo o senhor nunca se importou".
E nesse momento dos olhos da menina, uma lágrimas rolou.
Mas ela continuou o seu pensamento,
E mesmo chorando ainda falou:
"Eu podia muito bem ter nascido um menino,
Talvez tenha sido esse o erro do meu destino,
Que eu acho que ele não me ajudou.
Mas agora eu vejo, que ter nascido a sua filha
Foi mesmo um engano, eu já tenho doze anos,
E nunca ganhei um beijo e um abraço do senhor,
E é com a alma ferida e com o coração queimando em brasa,
Que eu vou me embora dessa casa e vou sair de vez da sua vida."
Ele ouviu as palavras daquela pobre menina,
Mas não se comoveu com as suas lágrimas e ainda falou:
"Eu nunca ouvi tanta bobeira, tanta coisa pra eu fazer, e eu aqui,
Perdendo tempo com as suas besteiras,
E se você quer saber, filho mesmo eu só tenho é três,
E já que você quer ir embora, pode ir embora de uma vez."
E ela se foi,
Pegou a estrada e foi embora,
Só levando uma sacola com as roupas que ela usava.
Nunca mais mandou noticia e nunca mais voltou.
Alguns anos se passaram,
E o fazendeiro começou a ver de perto a sua sina.
Dos filhos que sempre adulava,
Não foi bem o que ele esperava e começou a sua ruína.
E mais um tempo depois,
O fazendeiro foi perdendo o seu dinheiro,
Enquanto a doença matava os seus bois,
Os filhos que ele tanto adorava,
Só pensava na farra e na liberdade que tinha.
Pra fazenda não ligavam, passavam o ano inteiro festando,
E assim foram gastando todo dinheiro que tinham.
O fazendeiro foi ficando desesperado,
Seu sangue fervia nas veias,
Gastando com advogado pra tirar os filhos drogados da cadeia.
Depois de velho e cansado,
Ele se viu um homem derrotado,
Abandonado pelos seus próprios filhos,
Ele se viu só, num buraco negro e profundo,
Desprezado por todo mundo, completamente só e endividado.
E a sua fazenda que já foi um dia o seu reino encantado,
Ele teve que vender para um comprador de um outro estado
Que cobriu a oferta que foi dada,
E aceitou as condições que ele pedia.
E ele só venderia a propriedade, se ele pudesse continuar ali na fazenda
Mesmo que fosse pra trabalhar de empregado,
Só pra poder viver ali o resto dos seus dias.
E, com o orgulho ferido,
Reconhecendo o seu fracasso,
Vendo que tudo aquilo que foi construído
Com os seus próprios braços,
Agora não passava de um sonho perdido
Que foi destruído pelos seus filhos
E que fez dele um simples empregado, velho e cansado
Um certo dia ele estava sentado debaixo de uma árvore,
Admirando tudo aquilo que jão foi seu,
Foi quando ele recebeu um recado que ele ia ser dispensado,
E no escritório da fazenda compareceu.
Quando ele foi chegando,
Já foram lhe falando:
"Já esta pronta a papelada e só falta a assinatura do senhor."
E ele nervoso já foi respondendo:
"Fique sabendo sua secretária, que tudo isso um dia foi meu,
E que no dia em que eu vendi essa fazenda,
O comprador tava sabendo que eu ficaria aqui
Trabalhando de empregado, e o corretor me avisou que ele tinha concordado.
Disse que ele morava em um outro estado,
Sendo que na verdade eu ainda nem o conheço,
Porque nem se quer aqui ele nunca apareceu,
E pode dar um recado pra esse seu patrão sua secretária,
Diga à ele que nesse chão ainda vou ser enterrado,
E eu não vou assinar nenhum papel de demissão".
Aí ela então respondeu:
"O senhor está muito enganado na sua decisão.
O senhor entrou aqui me chamando de secretária,
Não sabe nem o que está dizendo,
Eu é que sou a proprietária dessa fazenda
E o senhor é o meu empregado".
E nisso ele abaixou a cabeça e ficou calado mas depois respondeu:
"Eu nunca na minha vida me senti tão humilhado.
Pode me dar a papelada que eu assino a minha demissão,
Eu prefiro pegar a estrada
Do que ter que chamar uma mulher de meu patrão".
Ai ela tirou da gaveta, uns papéis e uma caneta,
E colocou na sua mão.
Depois que ele assinou,
Ela então se levantou e disse assim prá ele:
"O senhor parece que está chorando,
Se o senhor quiser agora pode ir andando,
Que eu tenho mais o que fazer".
E ele foi saindo de cabisbaixo
Lá pra fora,
Sabendo que ia embora, mas sem ter um rumo certo,
Sua vida virou um deserto
E ele se sentia agora realmente um velho desamparado.
E nisso foi chegando um garotinho do seu lado e foi dizendo:
"Porque que o senhor está aí chorando parado,
Enquanto a minha mãe também chora de longe te olhando.
Eu nunca vi ela maltratar um empregado,
Mas o senhor pode fica sossegado,
E não precisa chorar mais não,
Que ela já tá vindo aí e na certa vai lhe pedir perdão".
E ele quando viu ela se aproximando já foi dizendo:
"Eu não preciso do seu consolo
E muito menos do seu perdão,
A senhora é rica e fazendeira,
E eu sou um velho que já não tem mais nada na vida,
Mas eu vou sair daqui de cabeça erguida
E ao cruzar aquela porteira que por mim foi construída,
Eu quero ouvir o som da sua batida,
Que sempre foi o sinal da minha chegada,
Mas que hoje me aponta a estrada,
Que por ironia, será o meu ponto de partida.
Eu já tô indo embora,
Já até peguei rainha sacola,
E a senhora já pode ir cuidar dos seus empregados,
Que eu não preciso de despedida,
Porque desse chão que já foi a minha vida,
Eu não posso sair daqui assim tão humilhado".
Ai então ela falou:
"Dessa vez o senhor não se enganou na sua decisão,
Porque com despreso e humilhação, ninguém alcança a felicidade.
Mas eu vejo que o senhor já aprendeu bem a lição
E só uma coisa o senhor ainda não percebeu.
Que durante trinta anos eu sempre
Acompanhei os seus passos, eu vi a sua glória e o seu fracasso.
E se o senhor ainda não está me reconhecendo,
Eu vou te contar toda verdade.
Um dia eu também fui tão humilhada e despresada
Pelo meus pais e meus irmãos,
Que aos doze anos de idade,
Eu tive que pegar a estrada,
Só levando amargura e solidão,
E eu fui dizendo pra mim mesma que um dia eu me vingaria,
E quando eu vencesse na vida eu voltaria,
E mostraria para todos o meu valor.
Mas eu já estou vendo nos olhos do senhor nas lágrimas
Que estão caindo,
Que o senhor agora já sabe quem eu sou,
E a dor que eu estou sentindo.
Mas eu aprendi que a vingança não é uma boa aliança,
E só aumenta nossa dor.
E por favor meu pai, chega de chorar,
Não vamos mais sofrer,
Me dê um beijo e um abraço,
Que um abraço e um beijo eu também quero ti dar.
O mundo me ensinou a viver,
E vida me ensinou à perdoar,
Por isso o senhor não precisa mais ir embora,
O senhor já tem sua fazenda de volta para cuidar.
E pro senhor melhor entender,
Eu faço questão de mostrar,
Que os papéis que assinou agora pouco na minha mesa,
E que nervoso o senhor nem leu antes de assinar,
Não era a sua demissão,
Era a escritura da fazenda
Que eu estou lhe devolvendo em suas mãos,
Esse é o presente que eu queria ti dar.
E comigo o senhor não precisa se preocupar,
Que eu estarei aqui bem perto em outra fazenda
Que eu acabei de comprar.
E já que o senhor, não vai mais embora,
Me de então sua sacola,
Que o seu neto também quer lhe abraçar".
E ele que andava se sentindo tão sozinho,
Quando aquele menino o abraçou,
Beijando o seu rosto chamando de avô,
Se ele tinha algum resto de mágoa no pensamento,
Naquele momento se acabou.
Chorando ele abraçou a sua filha e o seu netinho,
Pediu perdão pelo seu passado,
Totalmente arrependido.
Voltou a ser um homem honrrado,
E só então pra ele, a sua vida,
Finalmente fez sentido.

Poem "The Meaning of Life" (Soundtrack: Gabriela)

This is a story that has already moved many people
It's about a man
Who thought that in his life many things
Didn't make sense to him.
It's the story of a farmer,
A man without a heart,
But one day he paid dearly
For his contempt and ingratitude.
Of the four children he had,
He carried three in the palm of his hand,
With affection and lots of pampering,
And the other was the youngest,
Who would be his fate,
Just because she was a girl,
He didn't hide his disappointment,
And he still said to everyone,
That a child had to be a man,
That it was to help his father in the work,
And that one day he would be the owner of his own land,
And that a daughter was a setback in life,
Besides not being useful there, she wouldn't know how to give orders,
And she could never be a boss one day.
Everywhere he went, he took his three sons,
But he despised the girl,
And she, saddened, cried secretly, and stayed in her corner.
Knowing that the biggest mistake of her life was being born a woman,
That was the only fault she carried.
But one day, tired of the contempt she suffered,
Calling her father aside, she told him the truth:
"My father, you saw me born, but you never considered me,
I have heard you say many times, that your greatest pride is your cattle ranch, and seeing your children by your side,
On the back of a horse, or on top of a tractor.
But you have only spoken of my brothers,
Because you never cared about me".
And at that moment, a tear rolled down the girl's eyes.
But she continued her thought,
And even crying she still said:
"I could very well have been born a boy,
Maybe that was the mistake of my destiny,
That I think he didn't help me.
But now I see that being born your daughter
It was really a mistake, I'm already twelve years old,
And I never got a kiss and a hug from you,
And it is with a wounded soul and a heart burning with embers,
That I will leave this house and leave your life forever."
He heard the words of that poor girl,
But he was not moved by her tears and still said:
"I have never heard so much nonsense, so much to do, and I'm here,
Wasting time with your nonsense,
And if you want to know, I only have three sons,
And since you want to leave, you can leave at once."
And she left,
She hit the road and left,
Only carrying a bag with the clothes she wore.
She never sent news again and never came back.
Some years passed,
And the farmer began to see his fate up close.
Of the sons he always flattered,
It wasn't quite what he expected and his ruin began.
And some time later,
The farmer was losing his money,
While disease was killing his oxen,
The sons he adored so much,
They only thought about partying and the freedom they had.
They didn't care about the farm, they spent the whole year partying,
And so they were spending all the money they had.
The farmer was getting desperate,
His blood boiled in his veins,
Spending money on lawyers to get his drug addicted sons out of jail.
After old and tired,
He saw himself as a defeated man,
Abandoned by his own children,
He saw himself alone, in a deep, black hole,
Despised by everyone, completely alone and in debt.
And his farm, which was once his enchanted kingdom,
He had to sell it to an out-of-state buyer
Who covered the offer that was given,
And accepted the conditions he asked for.
And he would only sell the property if he could continue there on the farm
Even if it was to work as an employee,
Just to be able to live there the rest of his days.
And, with wounded pride,
Recognizing his failure,
Seeing that everything that was built
With his own arms,
Now it was nothing more than a lost dream
That was destroyed by his children
And that made him a simple, old, tired employee
One day he was sitting under a tree,
Admiring everything that was once his,
It was when he received a message that he was going to be fired,
And he went to the farm office.
When he arrived,
They already told him:
"The paperwork is ready and only your signature is missing."
And he nervously replied:
"Let your secretary know, that all this was once mine,
And that on the day I sold this farm,
The buyer knew that I would stay here
Working as an employee, and the broker told me he agreed.
He said he lived in another state,
While in fact, I don't even know him yet,
Because he never even showed up here,
And you can give a message to your boss your secretary,
Tell him that I will still be buried on this ground,
And I'm not signing any resignation papers".
Then she replied:
"You are very wrong in your decision.
You walked in here calling me secretary,
You don't even know what you're saying,
I am the owner of this farm
And you are my employee".
And with that he lowered his head and was silent, but then replied:
"I've never felt so humiliated in my life.
You can give me the paperwork, I'll sign my resignation,
I'd rather hit the road
Than have to call a woman my boss".
Then she took some papers and a pen from the drawer,
And placed it in his hand.
After he signed,
She then got up and said to him:
"You look like you're crying,
If you want you can go now,
I have more to do".
And he went out dejected
Out there,
Knowing he was leaving, but without a clear direction,
His life became a desert
And he now felt truly like a helpless old man.
And with that, a little boy came up to him and said:
"Why are you standing there crying still,
While my mother also cries watching you from afar.
I've never seen her mistreat an employee,
But you can rest assured,
And you don't have to cry anymore,
She's coming over there and she'll definitely apologize to you".
And when he saw her approaching, he said:
"I don't need your consolation
Let alone your forgiveness,
You are rich and a farmer,
And I am an old man who has nothing left in life,
But I will leave here with my head held high
And as I cross that gate that was built by me,
I want to hear the sound of its beat,
Which was always the sign of my arrival,
But today it points me to the road,
That ironically, will be my starting point.
I'm already leaving,
I've even picked up Queen's bag,
And you can go take care of your employees,
That I don't need a farewell,
Because of this land that was once my life,
I can't leave here so humiliated".
Then she said:
"This time you were not wrong in your decision,
Because with contempt and humiliation, no one achieves happiness.
But I see that you have learned your lesson well
And there is only one thing you have not yet realized.
That for thirty years I always
I followed your steps, I saw your glory and your failure.
And if you still don't recognize me,
I will tell you the whole truth.
One day I too was so humiliated and despised
By my parents and my brothers,
That at twelve years of age,
I had to hit the road,
Only carrying bitterness and loneliness,
And I kept telling myself that one day I would get my revenge,
And when I succeeded in life I would come back,
And I would show everyone my worth.
But I can already see in your eyes in the tears
That are falling,
That you now know who I am,
And the pain I'm feeling.
But I have learned that revenge is not a good alliance,
And it only increases our pain.
And please, Dad, stop crying,
Let's not suffer anymore,
Give me a kiss and a hug,
That a hug and a kiss I also want to give you.
The world taught me to live,
And life has taught me to forgive,
So you don't have to leave anymore,
You already have your farm back to take care of.
And for you to better understand,
I want to show you,
That the papers you just signed on my desk,
And that nervous you didn't even read before signing,
It was not your resignation,
It was the deed to the farm
Which I am returning to your hands,
This is the present I wanted to give you.
And you don't have to worry about me,
That I will be here nearby on another farm
That I just bought.
And since you're not leaving anymore,
So give me your bag,
That your grandson also wants to hug you".
And he who walked feeling so alone,
When that boy hugged him,
Kissing his face calling him grandpa,
If he had any resentment left in his mind,
At that moment it was over.
Crying, he hugged his daughter and his grandson,
He apologized for his past,
Totally repentant.
He became an honorable man again,
And only then for him, his life,
Finally made sense.