Paroles et traduction Mauricio Pereira feat. Alice Ruiz - Penhasco (feat. Alice Ruiz)

Penhasco (feat. Alice Ruiz)

VISÃO GERAL

LETRAS

OUVIR

A cidade me paga
Me paga algum dinheiro qualquer
Pra que tarde da noite na madrugada
De algum dia de semana eu saia da cidade
E me mantenha quieto e só contra a escuridão
Quieta e só da noite quieta e estrelada ou não

A cidade me paga
Me paga algum dinheiro qualquer
Pra que eu vá sentar lá no penhasco
Ali um pouco além, junto do mar
Pra que exatamente eu fique ali
Um pouco além dos limites da cidade
(Que repousa já não tão à beira-mar...)
Ali. vigilante. e num certo sentido, alheio

E é no breu que aflora o marulho vibrante
As baixas frequências
O vento frio é doce e obedece à vida noturna
Que tipo de resposta eles tão querendo
Que eu arranje imediatamente?
Será que eu sou só café-com-leite?

A cidade me paga. me paga algum dinheiro qualquer
E fica tudo por minha conta, tudo surdo, tudo apegado
A brisa do mar - agora chorosa - volta a cantar
Me conta de flores (já que as estrelas estão esgotadas)
A meia-lua não entra. meia-noite e meia. e nada

Rastros de nada, nada de certeza reta
Feliz ou infelizmente, perguntas e mais perguntas
Esses leques de perguntas não têm fim
São simples e sem resolução
Matemáticas que não dependem de mim

E eu volto pra a cidade com leques de perguntas sem fim
Sem chance. eles querem respostas, propostas
Fatos, qualquer coisa visível a olho nu
Um simples refrão já resolve, mata de contentamento
Mas por ora o que temos são perguntas

Pergunta, resposta, coisa nenhuma, ninguém
Eventualmente o vazio espesso
Sugere a sensação da presença
Ou da ausência de um deus
E ele esteve ali, agora mesmo, aos urros
E não deixou rastro um segundo depois
(Tendo ou não estado ali um segundo atrás)

E uma breve vez os ruídos no precipício
Foram sussurros de namorados
Eu me atirei pra a cidade, alegre
Dúzias de canções de amor na mão
Canções em que todos são felizes para sempre
Por quase um dia ou dois

Não

Na noite seguinte eu já confrontava a figura do penhasco
Na friagem marítima e a palavra especular
Tornava a ter o sentido justo de uma noite
Alguém sair do centro da cidade, transpor as muralhas
Ir reto e lerdo pro centro da noite
E nas beiradas do penhasco se tornar micróbio
Respirar fundo e, sem pestanejar, saltar ligado
Com os olhos bastante arregalados
Rumo a novas coisas nenhumas
Esquadrinhar com as unhas um momento de pedra
Antes que ele atinja a velocidade do infinito
Ir dar de cara com rochedos incertos, costões antigos
O gosto salgado - gelado - das tais perguntas de sempre
Possíveis ou impossíveis de fazer
Possíveis ou impossíveis de se perceber quais são
Possíveis ou impossíveis de se entender
Onde querem chegar

E se incrustrar à não presença largada lá, lembrando
Mais que escondendo
O quê e quem nos chegou pelas praias
Lágrimas de saudade. lágrimas de remorso
Sua cabeça eternamente baixa
E um olhar que, enquanto isso, media possibilidades
A cidade me paga
Me paga algum dinheiro qualquer pra que tarde da noite
No meio da madrugada, eu saia da cidade quieto
E só e vá penetrar a vertigem a seco
E vá perder o equilíbrio sobre o penhasco
Além dos limites da cidade
Tipo assim um farol desnorteado que chorasse de dor
Ao perceber que tenta clarear um caminho
Que não tem o poder de enxergar com a alma

Vigilante e mais além
Imóvel e mais além
Quieto e mais além
Só e mais além
Nada. e mais além

Cliff (feat. Alice Ruiz)

OVERVIEW

LYRICS

LISTEN

The city pays me
Pays me some random money
So that late at night, in the early hours
Of some day of the week, I leave the city
And keep myself quiet and alone against the darkness
Quiet and alone of the quiet and starry night or not

The city pays me
Pays me some random money
So that I go sit there on the cliff
There a little further, by the sea
So that I stay right there
A little beyond the city limits
(Which rests no longer so close to the sea...)
There. vigilant. and in a certain sense, oblivious

And it is in the darkness that the vibrant murmur emerges
The low frequencies
The cold wind is sweet and obeys the nightlife
What kind of answer are they wanting
For me to find immediately?
Am I just coffee with milk?

The city pays me, pays me some random money
And everything is on me, everything deaf, everything attached
The sea breeze - now tearful - sings again
Tells me about flowers (since the stars are exhausted)
The half-moon doesn't enter. half-night and half. and nothing

Traces of nothing, nothing of straight certainty
Happily or unfortunately, questions and more questions
These fans of questions have no end
They are simple and without resolution
Mathematics that do not depend on me

And I return to the city with endless fans of questions
No chance. they want answers, proposals
Facts, anything visible to the naked eye
A simple chorus already solves, kills with contentment
But for now what we have are questions

Question, answer, nothing, nobody
Eventually the thick emptiness
Suggests the feeling of presence
Or the absence of a god
And he was there, just now, roaring
And left no trace a second later
(Whether or not he was there a second ago)

And once briefly the noises on the cliff
Were whispers of lovers
I threw myself to the city, joyful
Dozens of love songs in hand
Songs where everyone is happy forever
For almost a day or two

No

The next night I was already confronting the figure of the cliff
In the maritime coldness and the word specular
It came to have the just meaning of a night
Someone leaving the city center, crossing the walls
Going straight and slow to the center of the night
And on the edges of the cliff become a microbe
Take a deep breath and, without blinking, jump connected
With eyes wide open
Towards new nothings
Scrutinize with your nails a moment of stone
Before it reaches the speed of infinity
Go face uncertain rocks, old shores
The salty - cold - taste of those same old questions
Possible or impossible to ask
Possible or impossible to perceive what they are
Possible or impossible to understand
Where they want to go

And become embedded in the non-presence left there, remembering
More than hiding
What and who came to us by the beaches
Tears of longing. tears of remorse
His head eternally low
And a look that, meanwhile, measured possibilities
The city pays me
Pays me some random money so that late at night
In the middle of the night, I leave the city quiet
And alone and go penetrate the dry vertigo
And go lose my balance on the cliff
Beyond the city limits
Like a disoriented lighthouse that cried in pain
Upon realizing that it tries to illuminate a path
That it does not have the power to see with the soul

Vigilant and beyond
Still and beyond
Quiet and beyond
Alone and beyond
Nothing. and beyond