Paroles et traduction Milionário & José Rico - Saudade de Minha Terra

Saudade de Minha Terra

De que me adianta viver na cidade
Se a felicidade não me acompanhar
Adeus, paulistinha do meu coração
Lá pro meu sertão eu quero voltar
Ver a madrugada quando a passarada
Fazendo alvorada começa a cantar
Com satisfação, arreio o burrão
Cortando estradão saio a galopar
E vou escutando o gado berrando, sabiá cantando no jequitibá

Por Nossa Senhora, meu sertão querido
Vivo arrependido por ter te deixado
Esta nova vida, aqui na cidade, de tanta saudade eu tenho chorado
Aqui tem alguém, diz que me quer bem
Mas não me convém, eu tenho pensado
Eu fico com pena, mas esta morena
Não sabe o sistema que eu fui criado
Tô aqui cantando, de longe escutando

Alguém está chorando com rádio ligado

Que saudade imensa do campo e do mato
Do manso regato que corta as campinas
Aos domingos ia passear de canoa
Nas lindas lagoas de águas cristalinas
Que doce lembrança daquelas festanças
Onde tinham danças e lindas meninas
Eu vivo hoje em dia sem ter alegria
O mundo judia, mas também ensina

Estou contrariado, mas não derrotado
Eu sou bem guiado pelas mãos divinas

Pra minha mãezinha já telegrafei e já me cansei de tanto sofrer
Nesta madrugada, estarei de partida pra terra querida que me viu nascer
Já ouço sonhando o galo cantando
O inhambu piando no escurecer
A lua prateada clareando as estradas
A relva molhada desde o anoitecer
Eu preciso ir pra ver tudo ali
Foi lá que nasci, lá quero morrer

Longing for My Homeland

What good is it for me to live in the city,
If happiness doesn't follow me?
Farewell, little darling of my heart,
Back to my countryside I want to return.
To see the dawn, when the birds,
Making a sunrise, begin to sing.
With satisfaction, I saddle my donkey,
Cutting across the backroads, I gallop away.
And I go listening to the cattle lowing, thrush singing in the jequitibá.

By Our Lady, my beloved countryside,
I live repentant for having left you.
This new life, here in the city, with so much longing, I have cried.
Here there is someone, who says she loves me,
But it doesn't suit me, I've been thinking.
I feel sorry for her, but this brunette,
Doesn't know the way I was raised.
I'm here singing, from afar listening,

Someone is crying with the radio on.

What immense longing for the fields and the woods,
For the gentle stream that cuts through the plains.
On Sundays I would go canoeing,
On the beautiful lagoons of crystalline waters.
What sweet memories of those festivities,
Where there were dances and beautiful girls.
I live nowadays without joy,
The world is cruel, but it also teaches.

I'm upset, but not defeated,
I am well guided by divine hands.

To my dear mother I have telegraphed, and I'm tired of suffering so much.
This dawn, I'll be leaving for the beloved land where I was born.
I already hear, dreaming, the rooster crowing,
The inhambu chirping at dusk.
The silver moon illuminating the roads,
The wet grass since nightfall.
I need to go to see everything there,
It was there I was born, there I want to die.