Paroles et traduction Rapadura - Peleja de Xique Chico

Peleja de Xique Chico

O mundo se acaba pensando no: Eu
Todos se esbarram, mas nunca se falam
Tá tudo ao contrário
Diabos que matam em nome de Deus
E os deuses se calam pois só intercalam

Prólogos e não diálogos, monólogos entre ateus
Ninguém mais acredita em nada
Só se encaixam em catálogos
Filósofos, Apóstolos, sou como Orfeu
Sigo domando animais selvagens entre os judeus

Querem o topo, a bebedeira, dou um chá amargo
No show ensaio sobre a cegueira Dom Saramago
Teus holofotes são fracos como tuas estrelas
Só porque minha luz tá acesa
Por nada eles me apagam

Pois vim de gens, de gênios contenho a gênesis
Neguei os bens, o oxigênio no frenesi
Quanto aos poréns, extremos fundi terrenos
Marte entra em Vênus sexo pleno
Deu vida a Nêmesis

Não nego o fruto do pecado, me nego ao aborto
Pois engravido folhas virgens em cada esboço
Assumo e assino o filho que nasce em cada gozo
Pai presente o texto todo
Todo meu esforço é pouco

Querem matar a criação, multiplicar os órfãos
Catequizar as almas e escravizar os corpos
Após a carcaça, o governo rouba os nossos órgãos
Seja bem-vindo a sociedade onde os poetas são mortos

Mesmo estando vivos isso é tenso
A consequência é um vício denso
A consciência, existo e penso
A persistência é a ciência intensa
E a resistencia vence o ofício extenso

O povo fica preso pelos seus tentáculos
Na ponta do iceberg, e o mundo queima em magmas
Esse é o espetáculo, a peleja de Xique Chico
Com a desumanidade, os homens se tornaram máquinas

(Nasci pra vencer)
Os meus próprios demônios além de épocas
(Morri pra viver)
Espírito empírico numa batalha épica

(Sofri pra entender)
Que o ego mata mais que a arma mata a alma
Enquanto tudo aqui se acaba
O mundo tão cheio de si não consegue se ver

(Nasci pra vencer)
Os meus próprios demônios além de épocas
(Morri pra viver)
Espírito empírico numa batalha épica

(Sofri pra entender)
Que o ego mata mais que a arma mata a alma
Enquanto tudo aqui se acaba
O mundo tão cheio de si não consegue se ver

A visão de Zé Limeira sobre os séculos
Espectros cibernéticos matam células
As pragas são celulares e eletrodomésticos
Por isso incrédulos só acreditam e cédulas

E amores se tornam impossíveis
Insustentáveis, incompreensíveis
Insuportáveis, se traem no divórcio
Inacessíveis, tão descartáveis
Incompatíveis, vendados e vendáveis se atraem no ócio

Por isso tudo aqui vira negócio
Nascimento e óbito tudo em cartório
Escritório, casório, velório
O lucro é notório nesse sanatório
Onde eu moro tudo parece comum

Assassinos bem mais que amigos são sócios
Brumadinho e Mariana só tramas insanas
Vidas na lama, o que vale é a grana
E por mais que a grave o fonograma do drama
Não toca em canto nenhum

Preciso ser Franco como Marielle
Rasgar o papel branco
Como a escuridão que repele
Meu sangue não estanca
Tudo que querem é arrancar minha pele
Sou gangsta rap quando me expresso
Aperto o rec e atiro!

Por isso que me perseguem, e me querem de greve
Enquanto discutem se é trap ou boom bap
Eu vou pro enfrentamento, tête-à-tête
E não serei breve, matam nossas mulheres
E abafam na net
Marionetes de Black Mirror

Seres humanos se matam pra ter o poder
Congela toda a matéria a ilusão dessa era
É uma mera forma de corromper
Não perco meu tempo parado, não vejo TV
Me transformo em quimera
Queimo toda besta fera, na esfera bolhas vão se romper

Com seus reféns de bens e seus Oráculos
Os obstáculos são cálculos e paradoxos
É um espetáculo, apeleja de Xique Chico
Com a desumanidade, os homens se tornaram tóxicos

(Nasci pra vencer)
Os meus próprios demônios além de épocas
(Morri pra viver)
Espírito empírico numa batalha épica

(Sofri pra entender)
Que o ego mata mais que a arma mata a alma
Enquanto tudo aqui se acaba
O mundo tão cheio de si não consegue se ver

(Nasci pra vencer)
Os meus próprios demônios além de épocas
(Morri pra viver)
Espírito empírico numa batalha épica

(Sofri pra entender)
Que o ego mata mais que a arma mata a alma
Enquanto tudo aqui se acaba
O mundo tão cheio de si não consegue se ver

Xique Chico's Struggle

The world ends thinking about: Me
Everyone bumps into each other, but they never talk
Everything is backwards
Devils that kill in the name of God
And the gods are silent because they only interleave

Prologues and no dialogues, monologues between atheists
Nobody believes in anything anymore
They only fit into catalogs
Philosophers, Apostles, I am like Orpheus
I keep taming wild animals among the Jews

They want the top, the drinking, I give you a bitter tea
In the show, essay on blindness, Dom Saramago
Your spotlights are as weak as your stars
Just because my light is on
They erase me for nothing

For I came from gens, from geniuses I contain genesis
I denied the goods, the oxygen in frenzy
As for the buts, extreme melt grounds
Mars enters Venus full sex
Gave life to Nemesis

I do not deny the fruit of sin, I deny abortion
For I get pregnant virgin leaves in each sketch
I assume and sign the child that is born in every enjoyment
Father present the whole text
All my effort is little

They want to kill creation, multiply orphans
Catechize souls and enslave bodies
After the carcass, the government steals our organs
Welcome to the society where poets are killed

Even being alive this is tense
The consequence is a dense vice
Conscience, I exist and I think
Persistence is intense science
And resistance overcomes the extensive office

People are imprisoned by their tentacles
At the tip of the iceberg, and the world burns in magmas
This is the show, the fight of Xique Chico
With inhumanity, men have become machines

(I was born to win)
My own demons beyond eras
(I died to live)
Empirical spirit in an epic battle

(I suffered to understand)
That the ego kills more than the weapon kills the soul
While everything here ends
The world so full of itself cannot see itself

(I was born to win)
My own demons beyond eras
(I died to live)
Empirical spirit in an epic battle

(I suffered to understand)
That the ego kills more than the weapon kills the soul
While everything here ends
The world so full of itself cannot see itself

Zé Limeira's vision over the centuries
Cybernetic specters kill cells
Plagues are cell phones and appliances
That's why unbelievers only believe in ballots

And loves become impossible
Unsustainable, incomprehensible
Unbearable, they betray each other in divorce
Inaccessible, so disposable
Incompatible, blindfolded and marketable attract each other in idleness

So everything here becomes business
Birth and death everything in the registry office
Office, wedding, wake
Profit is notorious in this sanatorium
Where I live everything seems common

Killers much more than friends are just partners
Brumadinho and Mariana just insane plots
Lives in the mud, what matters is the money
And as much as I record the drama's phonogram
Doesn't play anywhere

I need to be Frank like Marielle
Tear the white paper
Like the darkness that repels
My blood doesn't stop
All they want is to tear off my skin
I'm gangsta rap when I express myself
I squeeze the rec and shoot!

That's why they chase me, and they want me on strike
While they argue if it's trap or boom bap
I go for the confrontation, tête-à-tête
And I will not be brief, they kill our women
And they stifle it on the net
Black Mirror puppets

Human beings kill each other to have power
Freezes all matter the illusion of this era
It's a mere way to corrupt
I don't waste my time standing still, I don't watch TV
I transform into a chimera
I burn every beast, in the sphere bubbles will break

With their hostages of goods and their Oracles
Obstacles are calculations and paradoxes
It's a show, Xique Chico's struggle
With inhumanity, men have become toxic

(I was born to win)
My own demons beyond eras
(I died to live)
Empirical spirit in an epic battle

(I suffered to understand)
That the ego kills more than the weapon kills the soul
While everything here ends
The world so full of itself cannot see itself

(I was born to win)
My own demons beyond eras
(I died to live)
Empirical spirit in an epic battle

(I suffered to understand)
That the ego kills more than the weapon kills the soul
While everything here ends
The world so full of itself cannot see itself