Paroles et traduction Renato Teixeira - Sina de Violeiro - Ao Vivo

Sina de Violeiro - Ao Vivo

Meu pai chegou aqui no fim de dia
Há muito tempo em cima de um cavalo
E era pobre e moço, e só queria
Semear de calo as mãos de plantador

Com minha mãe, casou-se assim que pode
Acharam um rancho no jeito e na cor
Da terra boa e semeou o milho
Semeou os filhos, semeou o amor

E assim, a vida foi-se como um rio
Meu pai, dizia: Um dia, será mar
E toda noite reunia a prole
E tinha cantorias para se cantar

Não era fácil a lida, mas valia
Porque um homem precisa lutar
Nem quando a morte nos levou Rosinha
A mais pequeninha deu pra fraquejar

De sol a sol, braço no trabalho
Foi como um laço, mas nunca sonhou
Por isso Pedro, nosso irmão mais velho
Foi para cidade e nunca mais voltou

Mariazinha, se casou bem moça
E foi com Bento, homem trabalhador
Mas veio um tempo negro em sua vida
Ele 'garrou na pinga e nunca mais largou

Uma cegueira triste certo dia
Nos olhos calmos do meu pai entrou
Varreu as cores do seu pensamento
Ele deitou na cama e nunca mais falou

A minha mãe, mulher de raça forte
Pegou nas rédeas com as duas mãos
E eu me enterrei de alma na viola
Onde plantei tristezas e colhi canções

Por isso mesmo, amigo, é que eu lhe digo
Não tem sentido em peito de cantor
Brotar o riso onde foi semeada
A consciência viva do que é a dor

Obrigado!

Sina de Violeiro - Live

My father arrived here late one day
Long ago on the back of a horse
He was poor and young, and hoped only
To sow his hands with calluses as a farmer

He married my mother as soon as he could
They found a ranch that fit their style and color
Of the fertile earth and planted corn
Planted their children, planted love

And so life flowed like a river
My father would say, "One day it will be a sea"
And every night he would gather his offspring
And there would be singing for the sake of singing

The work was not easy, but it was worth it
For a man must fight
Not even when death took Rosinha
Our little sister bent under the strain

From sun to sun, working tirelessly
It was like a noose, but he never complained
And so our oldest brother Pedro
Left for the city and never returned

Mariazinha married young
To Bento, a hard-working man
But a dark time came over his life
He took to drink and could not stop

A sad blindness entered
The tranquil eyes of my father
Swept away the colors of his thoughts
He lay down on his bed and never spoke again

My mother, a woman of great strength
Took the reins with both hands
And I buried my soul in the viola
Where I sowed sorrow and harvested songs

That's why I tell you, my friend
It makes no sense for a singer
To bloom with laughter where he has sown
The living consciousness of what pain is

Thank you!