Текст и перевод песни Belchior - Baihuno

Baihuno

Já que o tempo fez-te a graça de visitares o norte
Leva notícias de mim
Diz àqueles da província que já me viste a perigo
Na cidade grande enfim

Conta aos amigos doutores
Que abandonei a escola pra cantar em cabaré
Baiões, bárbaros, baihunos, com a mesma dura ternura
Que aprendi na estrada e em Che

Ah, metrópole violenta
Que extermina os miseráveis, negros, párias, teus meninos
Mais uma estação no inferno
Babilônia, Dante eterno, há Minas, outros destinos

Conta àquela namorada
Que vai ser sempre o meu céu, mesmo se eu virar estrela
E aquelas botas de couro
Combinam com o meu cabelo, já tão grande quanto o dela

E no que toca a família, dá-lhe um abraço apertado
Que a todos possa abarcar
Fora da lei, procurado
Me convém família unida contra quem me rebelar

Cai o muro de Berlim
Cai sobre ti, sobre mim: Nova Ordem Mundial
Camisa de força de Vênus
A quem compraria ao menos o velho gozo animal

Já que o tempo fez-te a graça de visitares o norte
Leva noticias de mim
O cara caiu na vida, vendo seu mundo tão certo
Assim tão perto do fim

Dá flores ao comandante
Que um dia me dispensou do serviço militar
Ah, quem precisa de heróis
Feras que matam na guerra e choram na volta ao lar

Gênios do mal tropicais
Poderosos bestiais, vergonhas de Mãe Gentil
Fosse eu um Chico, um Gil, um Caetano
E cantaria todo ufano: os anais da guerra civil

Ao pastor de minha igreja
Reza que esta ovelha negra jamais vai ficar branquinha
Não vendi a alma ao diabo
O diabo viu mal negócio nisso de comprar a minha

Se meu pai, se minha mãe se perguntarem sem jeito
Onde foi que a gente errou?
Elogiando a loucura e pondo-me entre os sonhadores
Diz que o show já começou

Trogloditas, traficantes, neonazistas, farsantes
Barbárie, devastação
O rinoceronte é mais decente
Do que esta gente demente do ocidente tão cristão

Baihuno

Since time has given you the grace to visit the north
Take news of me
Tell that to the ones in the province that you saw me in danger
In the big city at last

Tell the doctor friends
That I dropped out of school to sing in a cabaret
Baiões, barbarians, baihunos, with the same harsh tenderness
That I learned on the road and in Che

Oh, violent city
That exterminates the wretched, blacks, pariahs, your children
Another stop in hell
Babylon, eternal Dante, there are Minas, other destinations

Tell that to that girl
That will always be my sky, even if I become a star
And those leather boots
Match my hair, as long as hers

And as for the family, give them a big hug
That can embrace everyone
Outlaw, wanted
A united family suits me against those who rebel

The Berlin Wall falls
Falls on you, on me: New World Order
Venus straitjacket
To whom I would buy at least the old animal pleasure

Since time has given you the grace to visit the north
Take news of me
The guy fell into life, seeing his world so certain
So close to the end

Give flowers to the commander
Who once excused me from military service
Oh, who needs heroes
Beasts who kill in war and cry upon returning home

Tropical geniuses of evil
Bestial powerhouses, shame of Mãe Gentil
If I were a Chico, a Gil, a Caetano
I would sing proudly: the chronicles of the civil war

To the pastor of my church
Pray that this black sheep will never turn white
I didn't sell my soul to the devil
The devil saw a bad deal in buying mine

If my father, if my mother ask awkwardly
Where did we go wrong?
Praising madness and putting me among the dreamers
Tell them the show has already begun

Troglodytes, drug dealers, neo-Nazis, swindlers
Barbarism, devastation
The rhinoceros is more decent
Than this demented folk of the Christian West