Текст и перевод песни Elis Regina - Medley: O Rancho da Goiabada / Construção (Live)

Medley: O Rancho da Goiabada / Construção (Live)

Os bóias-frias quando tomam umas biritas .
Espantando a tristeza
Sonham com bife à cavalo, batata frita
E a sobremesa
É goiabada cascão, com muito queijo, depois café
Cigarro e o beijo de uma mulata chamada
Leonor, ou Dagmar
Amar, um rádio de pilha um fogão jacaré a marmita
O domingo no bar, onde tantos iguais se reunem
Contando mentiras prá poder suportar aí
São pais de santos, paus de arara, são passistas
São flagelados, são pingentes, balconistas
Palhaços, marcianos, canibais, lírios pirados
Dançando, dormindo de olhos abertos
À sombra da alegoria
Dos faraós embalsamados
Os bóias-frias quando tomam umas biritas
Espantando a tristeza
Sonham com bife à cavalo, batata frita
E a sobremesa
É goiabada cascão, com muito queijo, depois café
Cigarro e o beijo de uma mulata chamada
Leonor, ou Dagmar
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Medley: O Rancho da Goiabada / Construção (Live)

Broke migrant workers when they drink a few beers
Chasing away sadness
They dream of steak, fries
And dessert
Is guava preserve with plenty of cheese, then coffee
A cigarette and a kiss from a mulatto woman named
Leonor, or Dagmar
Love, a battery powered radio, a wood stove, a packed lunch
Sunday at the bar where so many gather
Telling lies to survive there
They are holy fathers, walking sticks, can-can dancers
They are refugees, pendants, shop assistants
Clowns, aliens, cannibals, deranged lilies
Dancing, sleeping with their eyes open
In the shadow of the allegory
Of embalmed pharaohs
Broke migrant workers when they drink a few beers
Chasing away sadness
They dream of steak, fries
And dessert
Is guava preserve with plenty of cheese, then coffee
A cigarette and a kiss from a mulatto woman named
Leonor, or Dagmar
Loved that time as if it were the last
Kissed your woman as if it were the last
And every child of yours as if it were the only one
And crossed the street with your hesitant step
Climbed the building as if a machine
Put up four solid walls on the landing
Brick by brick in a magical design
Your eyes dulled by cement and tears
You sat down to rest as if it were Saturday
You ate beans with rice as if a prince
You drank and sobbed as if a castaway
You danced and laughed as if you were hearing music
And stumbled in the sky as if drunk
And floated in the air as if a bird
And you fell to the ground like a flaccid package
Died on the public promenade in agony
Held up traffic, driving the wrong way