Текст и перевод песни James Bantu - Vou Pelos Becos

Vou Pelos Becos

Vou pelos becos se pá desapareço
Vou pelos becos se pá não, tenho medo
Vou pelos becos se pá desapareço
Vou pelos becos se pá não, tenho medo

Nos becos sem medo nascem morrem desejos
Varios se sentem se veem como eu me vejo
Nos guetos sem medo se pa sem escrúpulos
Sobrevivência linda as vezes deixa o gueto sujo

Antes fosse o esgoto que fede no sol
Antes fosse o dedo cortou com cerol
Lavou, sangrou, choveu, fedo passou
Mas só quem é de lá sabe, viu, sentiu, que magoou

As tias que vinham da feira ajudamos
Elas com as sacolas quando a roda do carrinho quebrou
Sao essas pedras, varias esferas
Ser humano nao e semente, mas germina no planeta Terra

Olha que muito louco germina no asfalto
A terra não e lugar para passear de salto alto
No meio disso tudo contraditório
As favelas, os becos, as vielas pros boy laboratório

Ano 2009, nota que tirou é dez
Estudo sobre os favelados e seus vários papeis
Capacidade, dignidade, integração
A minha violência eu expresso através de um violão

Queria ser Tony Tornado, Tim Maia racional
A trajetória, o carinho, a historia imortal
O giro do tanque, a voz de um funk corre no meu sangue
Algo aqui dentro e me diz: "Vai la meu preto e cante!"

Vou pelos becos se pá desapareço
Vou pelos becos se pá não, tenho medo
Vou pelos becos se pá desapareço
Vou pelos becos se pá não, tenho medo

Se pá estou sem emprego, sem dinheiro
Se pa e a certeza da incerteza que da medo
Te faz querer correr, mas não fugir
Eu fico admirado vendo os pretos vir correr aqui

Eu vejo os africanos na Sao Silvestre
Vejo os moleques pelos becos tipo faz o teste
Meninas também correndo a mais de cem
E esse corre ou a fome e fome não faz bem

Fome de vencer, fome de ter, fome de poder, fome de ser.
Agora veja bem me diga o que e que tem
Ensinaram a desejar e a gente, a gente aprende bem.

Senhoras e senhores quem propagou as dores
Que fez o paladar se acostumar com amargos sabores
Tem medo de entrar não conseguir sair
Resquicio da senzala te assusta ne? Vou por aqui

Vou pelos becos se pá desapareço
Vou pelos becos se pá não, tenho medo
Vou pelos becos se pá desapareço
Vou pelos becos se pá não, tenho medo

E onde o salto das madame quebra, o bicho pega
Vai, sobe, desce pedras, all star ou conga nas vielas
Sem medo se pá, dinheiro se pá, amo esse lugar
Metido a antropólogo o que vai poder falar

Sem conhecer, sem conferir
O que cê chama de perigo la no Rio também vive aqui
Em SP Brasil America do Sul
Independe do extremo Leste, Oeste, Norte ou Zona Sul

Ae! Eu sou mais você morador de periferia, mulher preta de favela,
Saiba que o seu blackpower e proposital.
O seu blackpower e uma coroa na sua cabeça transmitido
Pra você diretamente da sua corrente sanguínea pelo seu ancestral

Vou pelos becos se pá desapareço
Vou pelos becos se pá não, tenho medo
Vou pelos becos se pá desapareço
Vou pelos becos se pá não, tenho medo

I Go Through the Alleys

I go through the alleys, maybe I disappear
I go through the alleys, maybe not, I'm afraid
I go through the alleys, maybe I disappear
I go through the alleys, maybe not, I'm afraid

In the alleys, without fear, desires are born and die
Many feel and see themselves as I see myself
In the ghettos, without fear, maybe without scruples
Beautiful survival sometimes leaves the ghetto dirty

I'd rather it be the sewer that stinks in the sun
I'd rather it be the finger cut with cerol
Washed, bled, rained, the stench passed
But only those who are from there know, saw, felt, that it hurt

We helped the aunts who came from the market
Them with the bags when the wheel of the cart broke
It's these stones, several spheres
A human being is not a seed, but it germinates on planet Earth

Look how crazy it germinates on the asphalt
The earth is not a place to walk high jump
In the middle of all this contradictory
The favelas, the alleys, the slums are laboratories for boys

Year 2009, the note you got is ten
Study on the favelados and their various roles
Capacity, dignity, integration
I express my violence through a guitar

I wanted to be Tony Tornado, rational Tim Maia
The trajectory, the affection, the immortal story
The tank spin, the voice of funk runs in my blood
Something inside me tells me: "Go there, my black, and sing!"

I go through the alleys, maybe I disappear
I go through the alleys, maybe not, I'm afraid
I go through the alleys, maybe I disappear
I go through the alleys, maybe not, I'm afraid

Maybe I'm unemployed, out of money
Maybe it's the certainty of uncertainty that's scary
Makes you want to run, but not run away
I am amazed to see black people come running here

I see Africans in Sao Silvestre
I see kids in the alleys like take the test
Girls also running over a hundred
And this one runs or the hunger and hunger is not good

Hunger to win, hunger to have, hunger to be able, hunger to be.
Now look at me tell me what's up
They taught us to wish and we, we learn well.

Ladies and gentlemen, who propagated the pains
That made the palate get used to bitter flavors
You're afraid to go in and not be able to get out
Remnants of the senzala scares you right? I'm going this way

I go through the alleys, maybe I disappear
I go through the alleys, maybe not, I'm afraid
I go through the alleys, maybe I disappear
I go through the alleys, maybe not, I'm afraid

And where the madame's heel breaks, the bug catches
Go, up, down rocks, all star or conga in the alleys
Without fear maybe, money maybe, I love this place
Playing anthropologist what will you be able to say

Without knowing, without checking
What you call danger there in Rio also lives here
In SP Brazil South America
Regardless of Far East, West, North or South Zone

Hey! I'm more you resident of the periphery, black woman from the favela,
Know that your blackpower is intentional.
Your blackpower is a crown on your head transmitted
To you directly from your bloodstream by your ancestor

I go through the alleys, maybe I disappear
I go through the alleys, maybe not, I'm afraid
I go through the alleys, maybe I disappear
I go through the alleys, maybe not, I'm afraid