Текст и перевод песни Juçara Marçal - A Velha Capa Preta

A Velha Capa Preta

A morte anda no mundo
Vestindo a mortalha escura
Procurando a criatura
Que espera a condenação
Quando ela encontra um cristão
Sem vontade de morrer
Ele implora pra viver
Mas ela ordena que não
Quando o corpo cai no chão
Se abre a terra e lhe come
Como uma boca com fome
Mordendo a massa de um pão

A morte anda no mundo
Espalhando ansiedade
Angústia, medo e saudade
Sem propaganda ou esparro
Sua goela tem pigarro
Sua voz é muito rouca
Sua simpatia é pouca
E seu semblante é bizarro
A vida é corno um cigarro
Que o tempo amassa e machuca
E morte fuma a bituca
E apaga a brasa no barro

A morte anda no mundo
Na forma de um esqueleto
Montando um cavalo preto
Pulando cerca e cancela
Bota a cara na janela
Entra sem ter permisão
Fazendo a subtração
Dos nomes da lista dela
Com a risada amarela
É uma atriz enxerida
Com presença garantida
No fim de toda novela

Disse a morte para a foice:
Passei a vida matando
Mas já estou me abusando
Desse emprego de matar
Porque já pude notar
Que em todo lugar que eu vou
O povo já se matou
Antes mesmo d'eu chegar
Quero me aposentar
Pra gozar tranqüilidade
Deixando a humanidade
Matando no meu lugar

А Велья Капа Прета

Death walks the world
Wearing a dark shroud
Looking for the creature
Who awaits condemnation
When she finds a Christian
With no desire to die
He begs to live
But she orders him not
When the body falls to the ground
The earth opens and eats it
Like a hungry mouth
Biting the dough of a loaf of bread

Death walks the world
Spreading anxiety
Anguish, fear and longing
Without publicity or fanfare
Her throat is hoarse
Her voice is very hoarse
Her sympathy is scant
And her countenance is bizarre
Life is like a cigarette
That time crushes and hurts
And death smokes the butt
And extinguishes the embers in the mud

Death walks the world
In the form of a skeleton
Riding a black horse
Jumping fences and gates
Sticks her face in the window
Enters without permission
Making the subtraction
From the names on her list
With her yellow laugh
She is a nosy actress
With a guaranteed presence
At the end of every soap opera

Death said to the sickle:
I have spent my life killing
But I am already abusing myself
From this job of killing
Because I have been able to notice
That everywhere I go
People have already killed themselves
Even before I arrive
I want to retire
To enjoy tranquility
Leaving humanity
Killing in my place