Текст и перевод песни Luedji Luna feat. Tatiana Nascimento - Lençóis

Lençóis

Minha amada
Quando mira as estrelas
Pela miríade dos seus olhos mansos

Desperta tanto brilho, tanta beleza
Que não se perde em certezas
Só têm dança, alegria, água e amor

Eu não me sinto só na imensidão do céu
E eu não me sinto só na imensidão do céu
E eu não me sinto só na imensidão do céu
E eu não me sinto só na imensidão do céu

Minha amada
Porque sei que ela pensa em mim
E o meu peito se faz paz
E o corpo, e o corpo um vulcão

Eu não me sinto só na imensidão do céu
E eu não me sinto só na imensidão do céu
Eu não me sinto só, não, na imensidão do céu
Eu não me sinto só na imensidão, na imensidão

Não, não, não, não
Não, não, não, não
Não, não, não, não

Não, não, não, não
Não, não, não, não
Não, não, não, não

Me dá um pedaço do seu amor? Só um pedaço mesmo
Não te quero inteira não, nem te quero toda, nem demais
Só aquele pedaço tosco, lascado, quebrado, fodido, moído
Caído no chão, joelho ralado, doído

O pior pedaço não, nem o mais desimportante
Que isso ia ser te pedir o melhor do avesso
Mas de melhor num quero nada
Até porque eu não tenho nada muito bom pra dar
Então me dá, se quiser, um pedaço do seu coração
Um espaço, uma brecha, uma fenda, um vão, um caco

Um caco de alguma vez que ele foi quebrado
Mas que cê nem lembra mais direito como, quando
Por quem mesmo?
É esse que eu quero

Dá pra mim esse caquinho, essa lasca, essa ruína meio gasta
Mas não velha demais que a gente possa dizer arqueologia
Nem nova demais a ponto de não ser quinquilharia
Esse caco que você jamais pensaria
Que alguém quereria pra uma coisa qualquer
Ou que valesse um poema sequer, esse retalho eu quero
Pra juntar com qualquer retalho do meu coração remendado

Embaixo de um dia besta de sol
Só colocar um do lado do outro, assim
Paradinho embaixo do sol do meio-dia
Pra deixar ainda mais banal
O zênite da mediocridade cotidiana

Do sol no meio do céu, embaixo do dia
E depois sentar pra observar como tudo, tudo mesmo
Qualquer coisa brilha sob o sol
Até um caco tosco de vidro coronário meio arranhado
Que nem a maré das lascas do meu coração

O dicionário vai chamar essa coisa pouca
Boba, pequena, comum, banal, simples, tola de amor
Os satélites, os drones, a NASA, lá do alto
Vão ver essa coisa brilhar
Fragmentos do que a gente é buscando rejunte

E até as retinas que olharem
Vão quase se manchar desse brilho fosco também
Mas de tão brilho que vai ser esse sol
Esses cacos, esse encontro, a calçada suja onde os cacos deita
A plantinha nascendo no craquelado, o concreto, a rotina
O gosto de sal do suor escorrendo pela testa

O dia quase vai deixar de ser igual por um instante ou quase
E partilhar um segundo fundo assim
É quase se dar inteira pra alguém hoje em dia
Do jeito que as coisas andam tão quebradas, né?

Sheets

My beloved
When he gazes at the stars
Through the myriad of his gentle eyes

He awakens such brilliance, such beauty
That doesn't get lost in certainties
He only has dance, joy, water and love

I don't feel alone in the vastness of the sky
And I don't feel alone in the vastness of the sky
And I don't feel alone in the vastness of the sky
And I don't feel alone in the vastness of the sky

My beloved
Because I know he thinks of me
And my chest becomes peace
And the body, and the body a volcano

I don't feel alone in the vastness of the sky
And I don't feel alone in the vastness of the sky
I don't feel alone, no, in the vastness of the sky
I don't feel alone in the vastness, in the vastness

No, no, no, no
No, no, no, no
No, no, no, no

No, no, no, no
No, no, no, no
No, no, no, no

Can you give me a piece of your love? Just a piece
I don't want you whole, nor do I want you all, nor too much
Just that rough, chipped, broken, fucked up, ground up piece
Fallen on the floor, scraped knee, sore

Not the worst piece, nor the most unimportant
That would be asking for the best of the worst
But I don't want anything of the best
Because I don't have anything very good to give
So give me, if you want, a piece of your heart
A space, a crack, a crevice, a gap, a shard

A shard from some time it was broken
But you don't even remember how, when
By whom even?
That's the one I want

Give me that little piece, that sliver, that slightly worn ruin
But not too old that we can call it archaeology
Nor too new to the point of not being junk
That shard you would never think
Anyone would want for anything
Or that would be worth a poem, I want that scrap
To join with any scrap of my patched heart

Under a lousy sunny day
Just put one next to the other, like this
Standing still under the midday sun
To make it even more banal
The zenith of everyday mediocrity

Of the sun in the middle of the sky, under the day
And then sit down to observe how everything, everything really
Anything shines under the sun
Even a rough shard of coronary glass, half scratched
Like the tide of the splinters of my heart

The dictionary will call this little thing
Silly, small, common, banal, simple, foolish love
The satellites, the drones, NASA, from up there
They will see this thing shine
Fragments of who we are seeking grout

And even the retinas that look
Will almost be stained with this dull glow as well
But from how bright this sun will be
These shards, this encounter, the dirty sidewalk where the shards lie
The little plant growing in the cracked, the concrete, the routine
The salty taste of sweat running down my forehead

The day will almost cease to be the same for a moment or almost
And to share a deep second like this
Is almost giving yourself entirely to someone these days
The way things are so broken, right?