Текст и перевод песни Nara Leão - A Estrada E O Violeiro

A Estrada E O Violeiro

Sou violeiro caminhando só, por uma estrada caminhando só .
Sou uma estrada procurando só levar o povo pra cidade só
Parece um cordão sem ponta, pelo chão desenrolado
Rasgando tudo que encontra, a terra de lado a lado
Estrada de Sul a Norte, eu que passo, penso e peço
Notícias de toda sorte, de dias que eu não alcanço
De noites que eu desconheço, de amor, de vida e de morte
Eu que já corri o mundo cavalgando a terra nua
Tenho o peito mais profundo e a visão maior que a sua
Muitas coisas tenho visto nos lugares onde eu passo
Mas cantando agora insisto neste aviso que ora faço
Não existe um só compasso pra contar o que eu assisto
Trago comigo uma viola só, para dizer uma palavra só
Para cantar o meu caminho só, porque sozinho vou à pé e pó
Guarde sempre na lembrança que esta estrada não é sua
Sua vista pouco alcança, mas a terra continua
Segue em frente, violeiro, que eu lhe dou a garantia
De que alguém passou primeiro na procura da alegria
Pois quem anda noite e dia sempre encontra um companheiro
Minha estrada, meu caminho, me responda de repente
Se eu aqui não vou sozinho, quem vai lá na minha frente?
Tanta gente, tão ligeira, que eu até perdi a conta
Mas lhe afirmo, violeiro, fora a dor que a dor não conta
Fora a morte quando encontra, vai na frente um povo inteiro
Sou uma estrada procurando só levar o povo pra cidade só
Se meu destino é ter um rumo só, choro em meu pranto é pau, é pedra, é pó
Se esse rumo assim foi feito, sem aprumo e sem destino
Saio fora desse leito, desafio e desafino
Mudo a sorte do meu canto, mudo o Norte dessa estrada
Em meu povo não há santo, não há força, não há forte
Não há morte, não há nada que me faça sofrer tanto
Vai, violeiro, me leva pra outro lugar
Que eu também quero um dia poder levar
Toda gente que virá
Caminhando, procurando
Na certeza de encontrar

Vai, violeiro, me leva pra outro lugar
Eu também quero um dia poder levar
Toda gente que virá
Caminhando, procurando
Na certeza de encontrar

The Road and the Violeiro

I am a violeiro, walking alone, along a road, walking alone.
I am a road, seeking only to lead the people to the city alone.
I seem like a cord without an end, unrolled upon the ground,
Tearing through everything it encounters, the land from side to side.
A road from South to North, as I pass, I think and ask
For news of all kinds, of days I cannot reach,
Of nights I do not know, of love, of life, and of death.
I, who have run the world, riding the bare earth,
Have a deeper chest and a vision greater than yours.
Many things I have seen in the places where I pass,
But singing now, I insist on this warning that I now make:
There is not a single measure to count what I witness.
I carry with me only a viola, to say only one word,
To sing my path alone, because I walk alone, on foot and dust.
Always keep in mind that this road is not yours,
Your sight reaches little, but the land continues.
Go forward, violeiro, I give you the guarantee
That someone passed first in search of joy.
For whoever walks night and day always finds a companion.
My road, my path, answer me suddenly,
If I am not walking alone here, who goes there ahead of me?
So many people, so swift, that I have lost count,
But I assure you, violeiro, except for the pain that pain does not count,
Except for death when it is met, a whole people goes ahead.
I am a road, seeking only to lead the people to the city alone.
If my destiny is to have only one direction, my cry in my lament is wood, is stone, is dust.
If this direction was made like this, without direction and without destination,
I leave this bed, I challenge and I defy.
I change the luck of my song, I change the North of this road.
In my people there is no saint, there is no strength, there is no strong one.
There is no death, there is nothing that makes me suffer so much.
Go, violeiro, take me to another place,
For I also want one day to be able to take
All the people who will come
Walking, searching
In the certainty of finding

Go, violeiro, take me to another place
I also want one day to be able to take
All the people who will come
Walking, searching
In the certainty of finding