Текст и перевод песни Rashid - Diário de Bordo

Diário de Bordo

Eles vão e vêm para nos matar
Vêm feito um vento ruim empesteando o ar
Encarnação do mal, do pior que há
Joelho no pescoço pra nos sufocar
A faca sangra o pouco, não quero sangrar
Ainda sou bem moço, me proteja, Jah
Na hora do almoço, ouço rá-tá-tá
Desliga o ratimbum, se abaixa atrás do sofá

Aí
Três da tarde de uma sexta
Escrevo uma página extra
Compete a mim reportar
Que 17 é o novo número da besta
E vários no rap tirando uma sesta, festa e treta
No meio dos defensor da família
Que só não defende se a família for preta
Bancada da Bíblia, da bala e do boi, tudo lado a lado
Esse é o BBB que me rouba a brisa
'Tão doido pra me ver eliminado
Esses xenofóbico culpa o Norte e Nordeste, e tudo que vem de lá
Sendo que o sul e o sudeste é que provam em toda eleição
Que ainda não sabem votar ('tá ligado)
Quero ir pro espaço igual sun ra
Cansado de surra
Se o presidente falar, me sinto Caetano
"Cara, 'cê fala de forma burra"
Não li na borra
Pra um corpo preto, a vida é um eterno parkour
E todo disco uma denúncia
Antes do Extra, agora do Carrefour
Bala que busca criança em casa
Polícia pra quem? Jamais protegeu (pra quem?)
Me faz sentir não sou dono de mim
Tipo tannerie, Centro, mundo e eu
O que importa é o take, eles botam make
Vida facção, eles pintam Drake
E assina lei que assassina quem for preciso
É o brasil da vacina fake
Pé de breque sem pé de break
E o copo de leite o puro hate
Sei que nunca vi patriota mais deprimente
Lambendo a bota dos States
Ninho de snakes
E eu não falo de Hideo Kojima (não)
Se eu não digo uma merda que presta
De que vale tanto rima?
De que vale a banca? De que vale a cena?
De que vale a sina e sua sanidade?
'Cê não percebeu? (Presta atenção)
Se você 'tá crescendo sozinho, dog
A favela ainda não venceu (ainda não)
Isso não tira seu crédito
Mas olha ao redor, tem até neonazi
Faz lembrar do discurso do Brown
'Tá perdido? "Volta pra base"
E a esquerda precisa pensar nos preto
Não só quando for pro front
Quer melhorar o amanhã?
Faz um favor pra si: aprenda com o 'onti'
E esse discurso negacionista 'tá tão no extremo
De forma insana
Que às vezes torço
Tomara que encontre e caia da beira da terra plana (segura)
Um chora, o outro vende lenço
Vários não vê que 'tá tenso o momento
Meus rap cada vez mais denso
Quem ficar raso, meu bem, só lamento
Esse universo é imenso
Só que tudo é mais intenso aqui dentro
Esqueça essa porra de rede
O povo é que precisa de impulsionamento
Nunca lancei um verso ruim
E sei que isso eleva o padrão
Mas quando eu paro pra escrever
É a folha que sente a pressão
Sabe o que é pressão pra mim?
Foi quando eu vi minha mina no hospital
Ou os polícia invadindo o estúdio
Arregaçar no verso é normal
Instinto primal, sensação sem igual
Muito melhor que pegar na peça
É pegar na caneta e cuspir rajada
De ideia pesada que te atravessa
Matraca atolada, trago tonelada
Prata que incinera quando começa
Mas quem me dera nunca mais precisasse fazer uma outra dessa, né não?
Caique, 'cê sabe que eu nem queria voltar pra isso aqui
Diário de bordo, mas minha caneta 'tava engasgada, deixa ela cuspir
Os livro têm muita coisa escrita, é o que ele diz
Em pleno berço de Machado de Assis, olha o que eu sou obrigado a ouvir
Nega a ciência, esconde a doença, só negligência
Essa é a sentença pra falta de consciência que colocou ele ali
Diário 6, mas meu recado é pra vocês
Acorda pra verdade de uma vez
Porque ele mermo não vai me ouvir (não vai me ouvir)

Minha mãe, meu pai (e aí)
Até quando vai? (Até quando?)
Quando é que sai? (Quando é que sai?)
Da liberdade o nosso alvará? (Eu só quero saber)
Minha mãe, meu pai
Até quando vai? (Até quando vai?)
Quando é que sai? (Por favor)
Da liberdade o nosso alvará? (Yeah, yeah)
Minha mãe, meu pai

Tanta perda e nós ajoelha
Porque esse governo de morte foi o atalho
Pra bandeira ficar vermelha
Do sangue do povo que espelha a raiva hoje transborda
Escrevo com ferrão de abelha em busca de dias melhores
Fim, diário de bordo

Logbook

They come and go to kill us
They come like a bad wind, polluting the air
Embodiment of evil, the worst there is
Knee on the neck to suffocate us
The knife bleeds a little, I don't want to bleed
I'm still very young, protect me, Jah
At lunchtime, I hear ra-ta-ta
Turn off the boombox, duck behind the sofa

There
Three o'clock on a Friday
I write an extra page
It is up to me to report
That 17 is the new number of the beast
And several in rap taking a nap, party and strife
In the midst of the family defender
Who only doesn't defend if the family is black
Bench of the Bible, the bullet and the ox, all side by side
This is the BBB that steals my vibe
They're dying to see me eliminated
These xenophobes blame the North and Northeast, and everything that comes from there
While the south and southeast are the ones who prove in every election
That they still don't know how to vote (you know)
I want to go to space like sun ra
Tired of being beaten
If the president speaks, I feel like Caetano
"Man, you speak in a stupid way"
I didn't read it in the grounds
For a black body, life is an eternal parkour
And every album a denunciation
Before the Extra, now from Carrefour
Bullet that seeks children at home
Police for whom? Never protected (for whom?)
Makes me feel like I'm not my own
Type tannerie, Center, world and I
What matters is the take, they put on makeup
Faction life, they paint Drake
And signs a law that murders whoever is needed
It's the land of the fake vaccine
Foot brake without foot break
And the glass of milk is pure hate
I know I've never seen a more depressing patriot
Licking the boots of the States
Nest of snakes
And I'm not talking about Hideo Kojima (no)
If I don't say a damn thing that's right
What good is so much rhyme?
What good is the bank? What good is the scene?
What good is the sign and your sanity?
Didn't you notice? (Pay attention)
If you're growing up alone, dog
The favela has not yet won (not yet)
That doesn't take away your credit
But look around, there's even neo-Nazis
Reminds me of Brown's speech
Lost? "Go back to base"
And the left needs to think about black people
Not just when going to the front
Want to make tomorrow better?
Do yourself a favor: learn from the 'onti'
And this denialist discourse is so extreme
Insanely
That sometimes I cheer
I hope you find it and fall off the edge of the flat earth (hold on)
One cries, the other sells handkerchiefs
Many don't see that the moment is tense
My raps getting denser
Whoever stays shallow, my dear, I'm sorry
This universe is immense
It's just that everything is more intense in here
Forget this damn network
It's the people who need a boost
Never released a bad verse
And I know that raises the bar
But when I stop to write
It's the sheet that feels the pressure
You know what pressure is to me?
It was when I saw my girl in the hospital
Or the police raiding the studio
Tearing up the verse is normal
Primal instinct, unparalleled sensation
Much better than grabbing the piece
Is to grab the pen and spit burst
Heavy idea that goes through you
Bogged down rattle, I bring tons
Silver that incinerates when it starts
But I wish I never had to do another one of these again, right?
Caique, you know I didn't want to go back to this
Logbook, but my pen was choking, let her spit
The books have a lot written on them, that's what he says
In the very cradle of Machado de Assis, look what I am forced to hear
Denies science, hides disease, only negligence
This is the sentence for the lack of awareness that put him there
Diary 6, but my message is for you
Wake up to the truth once and for all
Because he himself will not hear me (he will not hear me)

My mother, my father (and then)
Until when? (Until when?)
When is it coming out? (When is it coming out?)
From freedom our permit? (I just want to know)
My mother, my father
Until when? (Until when?)
When is it coming out? (Please)
From freedom our permit? (Yeah, yeah)
My mother, my father

So much loss and we kneel
Because this death government was the shortcut
For the flag to turn red
From the blood of the people that mirrors the rage that overflows today
I write with a bee sting in search of better days
The end, logbook