Текст и перевод песни Samuel Úria - Lenço Enxuto (Com Manel Cruz)

Lenço Enxuto (Com Manel Cruz)

Empresta-me os teus olhos uma vez
Que os meus não são de gente, apenas rapaz.
é só o tempo de me aperceber
Da visão que se turva para ser de mulher.

Empresta-me uma chávena de sal
E mostra-me a receita do caldo lacrimal.
é só o tempo de te convencer
Que nem precipitado consigo chover.

Não é um adágio que nos persegue,
Que um homem só não chora porque não consegue.

Empresta-me esse efeminado luto;
Ser masculino é ter-se o lenço enxuto.
é só o tempo de me maquilhar
De pranto transparente (a cor de mulher).

Não nasci pedra, nasci rapaz
Que um homem só não chora por não ser capaz.

Os homens fazem fogo, com dois paus eles fazem fogo.
Por troca ensino-te a queimar.

Tu és corrente e eu finjo mar
Que um homem, para que chore, não pode chorar.

Handkerchief Dry (With Manel Cruz)

Lend me your eyes once
For mine are not of a man, just a boy.
It's just enough time for me to notice
The sight that blurs to be that of a woman.

Lend me one cup of salt
And show me the recipe for tearful broth.
It's just enough time to convince you
That even rashly, I can't make it rain.

It's not an adage that haunts us,
That a man doesn't cry only because he can't.

Lend me that effeminate mourning;
To be masculine is to have a dry handkerchief.
It's just enough time to make myself up
With transparent tears (the color of a woman).

I wasn't born a stone, I was born a boy
That a man only doesn't cry because he's not capable.

Men make fire, with two sticks they make fire.
In exchange, I teach you to burn.

You are a current and I pretend to be the sea
That a man, in order to cry, cannot cry.