Текст и перевод песни Sérgio Reis - Herói Sem Medalha

Herói Sem Medalha

Sou filho do interior
Do grande Estado mineiro
Fui um herói sem medalha
Na profissão de carreiro
Puxando tora do mato
Com doze bois pantaneiros
Eu ajudei desbravar
Nosso sertão brasileiro
Sem vaidade eu confesso
Do nosso imenso progresso
Eu fui um dos pioneiros
Vejam como o destino
Muda a vida de um homem
Uma doença malvada
Minha boiada consome
Só ficou um boi mestiço
Que chamava Lobisome
Por ser preto igual carvão
Foi que eu pus esse nome
Em pouco tempo depois
Eu vendi aquele boi
Pros filhos não passar fome
Aborrecido com sorte
Dalí resolvi mudar
E numa cidade grande
Com a família fui morar
Por eu ser analfabeto
Tive que me sujeitar
Trabalhar no matadouro
Para o pão poder ganhar
Como eu era um homem forte
Nuqueava o gado de corte
Pros companheiros sangrar
Veja bem a nossa vida
Como muda de repente
Eu que às vezes chorava
Quando um boi ficava doente
Alí eu era obrigado
Matar o rês inocente
Mas certo dia o destino
Me transformou novamente
Um boi de cor de carvão
Pra morrer nas minhas mãos
Estava na minha frente
Quando eu vi meu boi carreiro
Não contive a emoção
Meus olhos encheram d'água
E o pranto caiu no chão
O boi meu reconheceu
E lambeu a minha mão
Sem poder salvar a vida
Do boi de estimação
Pedi a conta e fui embora
Desisti na mesma hora
Dessa ingrata profissão

Hero Without a Medal

I'm a son of the countryside
From the great state of Minas Gerais
I was a hero without a medal
In the profession of a carter
Pulling logs from the forest
With twelve Pantaneiro oxen
I helped to open up
Our Brazilian backlands
Without vanity, I confess
Of our immense progress
I was one of the pioneers
See how destiny
Changes a man's life
An evil disease
Consumes my cattle
Only one mestizo ox remained
That I called Lobisome
Because it was as black as coal
That's why I gave it that name
Some time later
I sold that ox
So that my children would not go hungry
Upset with fate
From there I decided to change
And in a big city
I went to live with my family
Because I am an illiterate
I had to resign myself
To work in the slaughterhouse
To be able to earn my bread
As I was a strong man
I would break the necks of the cattle
For my companions to bleed
See how our life
Changes suddenly
Sometimes I would cry
When an ox would get sick
There I was forced
To kill the innocent beast
But one day destiny
Changed me again
An ox the color of coal
To die in my hands
Was in front of me
When I saw my cart ox
I could not contain my emotion
My eyes filled with tears
And my tears fell to the ground
The ox recognized me
And licked my hand
Unable to save the life
Of my beloved ox
I asked for my account and left
I quit right then and there
That ungrateful profession