Текст и перевод песни Sérgio Reis - Mágoa de Boiadeiro

Mágoa de Boiadeiro

Antigamente, nem em sonho existia
Tantas pontes sobre os rios
Nem asfalto nas estradas
A gente usava quatro ou cinco sinueiros
Pra trazer os pantaneiros
No rodeio da boiada

Mas hoje em dia
Tudo é muito diferente
O progresso nossa gente
Nem sequer faz uma ideia
Que entre outros, fui peão de boiadeiro
Por esse chão brasileiro
Os herois da epopeia

Tenho saudade de rever nas currutelas
As mocinhas nas janelas acenando uma flor
Por tudo isso eu lamento e confesso
Que a marcha do progresso é a minha grande dor

Cada jamanta que eu vejo carregada
Transportando uma boiada já me aperta o coração
E quando olho minha traia pendurada
De tristeza dou risada pra não chorar de paixão

O meu cavalo, relinchando campo afora
Certamente também chora na mais triste solidão
Meu par de esporas, meu chapéu de abas largas
Uma bruaca de cargas, um berrante e o facão

O velho basto, o meu laço de mateiro
O polaco e o cargueiro, o meu lenço e o gibão
Ainda resta a guaiaca sem dinheiro
Deste pobre boiadeiro que perdeu a profissão

Não sou poeta, sou apenas um caipira
E o tema que me inspira é a fibra de peão
Quase chorando, meditando nesta mágoa
Rabisquei estas palavras e saiu esta canção

Canção que fala da saudade das pousadas
Que já fiz com a peonada junto ao fogão de um galpão
Saudade louca de ouvir um som manhoso
De um berrante preguiçoso
Nos confins do meu sertão

Drover's Woe

In the past, not even in dreams would exist
So many bridges over rivers
Nor asphalt on the roads
We used four or five sinueiros
To bring the Pantaneiros
To the rodeo of the cattle drive

But today
Everything is very different
Our people, the progress
Have not even a notion
That among others, I was a drover's hand
On this Brazilian soil
The heroes of the epic

I miss seeing in the corrals
The young ladies in the windows waving a flower
For all this I lament and confess
That the march of progress is my greatest pain

Every cattle truck I see loaded
Transporting cattle already squeezes my heart
And when I look at my saddle hanging there
With sadness I laugh so as not to cry with passion

My horse, whinnying out in the countryside
Surely also cries in the saddest solitude
My pair of spurs, my wide-brimmed hat
A saddlebag of loads, a bugle and a machete

The old saddle, my herdsman's lasso
The polo shirt and the jacket, my scarf and the gibbon
What remains is the belt with no money
Of this poor drover who has lost his profession

I am not a poet, I am just a hillbilly
And the theme that inspires me is the courage of a drover
Almost crying, reflecting on this sorrow
I scribbled these words and out came this song

Song that speaks of the longing for the lodgings
That I made with the team by the stove of a shed
Crazy longing to hear a sleepy tune
From a lazy bugle horn
In the far reaches of my backlands