Текст и перевод песни Teixeirinha - A Fazendinha

A Fazendinha

Eu, outro dia, num carro vermelho
Saí a fim de matar a saudade
E fui rever a velha fazendinha
Onde eu passei a minha mocidade

Fui pelo bairro dos Navegantes
Já cheguei nela sem dificuldade
Não tinha mais a porteira grande
Tudo mudou, parece uma cidade

Vi muitos canos saindo fumaça
Na fazendinha o progresso chegou
Casas e casa dos operários
Rua, calçada, ali tudo mudou

Lembrei do gado e plantação de arroz
Da peonada que ali trabalhou
Não tinha mais o sobrado velho
Chegou o progresso e com tudo acabou

Meu coração é muito progressista
Mas eu fiquei sentido com o progresso
Apagou todas recordações
Da onde eu fiz o meu primeiro verso

Aonde eu tive meu primeiro amor
A linda Isaura, que perdão lhe peço
Cadê os banhados e figueiras grandes?
Cortaram tudo, hoje é um insucesso

Só ficou mesmo o Rio Gravataí
Onde eu nadava e fiz pescaria
Sentei na beira olhando ao redor
Meu coração sentiu uma agonia

Meus olhos tristes sonhando acordado
Com o passado cheio de alegria
Até o velho Teixeira eu lembrei
Meu tio Carnal que morreu um certo dia

Fui recordando dos fins de semanas
Jogos de cartas e carreiramentos
Bailes e danças de domingueiras
Moços e moças nos seus juramentos

Muitas peleias de bala e facão
Tudo pra nós era divertimentos
Passava os dias e fazia as pazes
Tudo de ruim era só por momentos

Caiu meu pranto, subi no meu carro
Fiz as mudanças e saí correndo
Cheguei no asfalto onde era faixinha
Olhei pra trás com o coração doendo

Fui para casa e escrevi estes versos
Canto agora, parece que estou vendo
A fazendinha das recordações
Com as saudades também vou morrendo

A fazendinha das recordações
Com as saudades também vou morrendo

The Little Farm

The other day, in a red car
I left to kill the longing
And I went back to the old little farm
Where I spent my youth

I went through the Navegantes neighborhood
I got there without difficulty
It no longer had the big gate
Everything changed, it looks like a city

I saw many pipes smoking
Progress has reached the little farm
Houses and houses of workers
Street, sidewalk, everything changed there

I remembered the cattle and the rice plantation
The peonada that worked there
The old mansion was no longer there
Progress arrived and ended everything

My heart is very progressive
But I was heartbroken by the progress
It erased all memories
Of where I made my first verse

Where I had my first love
The beautiful Isaura, I ask your forgiveness
Where are the swamps and big fig trees?
They cut down everything, today it's a failure

Only the Gravataí River remains
Where I swam and fished
I sat on the edge looking around
My heart felt an agony

My sad eyes dreaming awake
With the past full of joy
Even old Teixeira I remembered
My uncle Carnal who died one day

I was remembering the weekends
Card games and races
Sunday dances and dances
Boys and girls in their vows

Many fights with bullets and knives
Everything was entertainment for us
Days passed and we made peace
Everything bad was only for a moment

My tears fell, I got in my car
I made the changes and ran away
I arrived at the asphalt where it was a narrow lane
I looked back with my heart aching

I went home and wrote these verses
I sing now, it seems like I'm seeing
The little farm of memories
With the longing I'm also dying

The little farm of memories
With the longing I'm also dying