Текст и перевод песни Tom Zé - Apocalipsom A (O Fim No Palco Do Começo)

Apocalipsom A (O Fim No Palco Do Começo)

Personae iures alieni
Diabo e Deus numa sala
Firmou-se acordo solene
De unir em casamento
A fé e o conhecimento

Casou-se com muita gala
O saber de Aristóteles
Com a cultura do mouro
Pra ter num só filhote
O duplicado tesouro

E toda casta divina
Estava lá reunida
Apolo e Macunaíma
Diana, Vênus, Urânia
Chiquinha Gonzaga Bethânia

O diabo ali presente
De todo banco, gerente
(Conforme o cabra da peste
Chamado Bertold Brecht)

Tinha comida e regalo
Tinha ladrão de cavalo
Pai de santo e afetado
Padre, puta e delegado

E as menina meu rapaz
Cresceu depressa demais (demais, demais)
Anda presa na soltura
Circula na quadratura
E o sossego ela não deixa em paz

Cada dia mais esperta
A moleca desconcerta
Conserta e já desconcerta
No senso que ela retalha
Não há quem bote cangalha (cangalha não, cangalha não)
E se você faz represália
Ela passa a mão na genitália
Esfrega na sua cara

Mas
Onde a cultura vige
E o conhecimento exige
Recita Noblesse Oblige
Com veludo na laringe
Castiça cantarolando
Quod erat demonstrandum
E recebida na sala
Se trata por tropicália

Apocalipsom A (The End On the Stage of the Beginning)

Other peoples' personae
Devil and God in a room
A solemn agreement was made
To unite in marriage
Faith and knowledge

With great pomp
The knowledge of Aristotle was married
With the culture of the Moor
To be born a single child
A duplicate treasure

And all the divine caste
Was gathered there
Apollo and Macunaíma
Diana, Venus, Urania
Chiquinha Gonzaga Bethânia

The devil hadir
Of every bank, manager
(As the devilish goat
Called Bertold Brecht)

There was food and treat
There was a horse thief
A voodoo priest and affected
Priest, whore, and delegate

And the girl, my girl
Grew up too fast (too fast, too fast)
She's locked up on the loose
She circulates in the square
And she doesn't let peace be

Every day smarter
The girl is disconcerting
She fixes and unfixes
In the sense she cuts up
No one can put a yoke (no yoke, no yoke)
And if you retaliate
She puts her hand on her genitals
Rubs it in your face

But
Where culture thrives
And knowledge demands
Recites Noblesse Oblige
With velvet in her throat
A chaste woman humming
Quod erat demonstrandum
And received in the room
She is called tropicália