Текст и перевод песни Tom Zé - Camelo

Camelo

Em 1965, um grupo de teatro da Bahia
′65 mais ou menos
Montou O Caixeiro de Taverna de Martins Pena
Hum, os personagens foram mais ou menos atu...
Foram atualizados

Um português, esse tinha no texto original
Vivia se queixando que estava no Brasil há dez anos
E ainda não tinha ficado rico
Enquanto isso um camelô brasileiro, campado da vida
Ia todo dia no armazém do português e ouvia essa missa

Um dia o camelô danado da vida
Danado pode dizer em disco, não pode?
Danado da vida, virou pro português
E disse assim: Ô português...
Pera aí, pera aí
Hmm, ah, patata...

Ó, português, pare de uma vez
De se queixar assim da sua sorte ruim
Eu que sou filho daqui, sou camelô
E você vem das Portuga querendo ser doutor
Mas que horror

Calcule só
O que é viver o tempo todo
Perseguido pelo rapa
Porque na hora da corrida
Quem não sabe usar as pernas
Vai ficar sem ter comida, e veja lá

Farinha seca quantas vezes me faltou
Carne na minha boia é coisa rara, sim senhor
Lá em casa não tem água na torneira
E vá logo sabendo, lá também não tem torneira

Não vou mais em festa
Casamento ou batizado
Pois o meu guarda-roupa
Anda um pouco desfalcado

E quando chega o carnaval tão animado
Pra comprar fantasia
Faço um abaixo-assinado
E ainda tem assinante
Que é na base do fiado

Camel

In 1965, a theater group in Bahia
′65 more or less
Mounted The Tavern Keeper by Martins Pena
Um, the characters were more or less acted...
They were updated

A Portuguese, this one had in the original text
He kept complaining that he had been in Brazil for ten years
And still had not become rich
Meanwhile a Brazilian street vendor, camped out of life
He went every day to the Portuguese warehouse and listened to this mass

One day the street vendor was so angry
Angry is okay to say on record, right?
Angry as hell, he turned to the Portuguese
And said: Hey Portuguese...
Hang on, hang on
Hmm, ah, sweet potato...

Oh, Portuguese, stop already
Complaining about your bad luck
I'm a son of this place, I'm a street vendor
And you come from Portugal wanting to be a doctor
But what a horror

Just imagine
What it's like to live all the time
Chased by the cops
Because when the time comes to run
Those who don't know how to use their legs
Will be left without food, and watch out

How many times have I lacked cornmeal
Meat in my broth is a rare thing, yes sir
At home we don't have running water
And just so you know, neither do we have a sink

I don't go to parties anymore
Weddings or baptisms
Because my wardrobe
Is a little run-down

And when the carnival arrives so lively
To buy a costume
I make a petition
And there's still a signer
Who only pays on credit