Текст и перевод песни Vitor Brauer - Estômago

Estômago

Onde estão os peixes?
Eu vou pintá-los de preto
Eu vou cortá-los em oito
Cozinhá-los também
Sobre uma chama preta
Então aproveitar a refeição
Tudo que sobrará são ossos brancos
Farei deles uma lápide
E prestarei respeito e prestarei respeito
Que você jamais renasça
Que você jamais seja sacrificado
Como comida

Isso não é doença, isso somos nós, isso somos nós, isso somos nós
Isso não é doença, isso somos nós, isso somos nós, isso somos nós

Não existe recomeço
Tudo existe antes
Tudo existiu
E nós carregamos esse peso nas costas
O peso do passado, o peso do passado, o peso do passado
Da minha mãe
Da minha vó
E antes delas também da minha tataravó
E antes delas um milhão de gerações distantes dentro de mim
Mas se até Jesus conseguiu aprender
Algo com o diabo
Quem sou eu pra julgar, quem sou eu pra julgar?
Deve ser por isso que eu sinto tanta satisfação
Quando eu vejo dinheiro, quando eu tenho dinheiro
Mas não se trata de riqueza
Mesmo ela trazendo um pouco de alegria

A alegria não é tão profunda quanto o amor
Mas suportar o mal estar
Às vezes é bem difícil

Afinal o que nos resta é não ter medo
Afinal o que importa é não ter medo

O esquecimento é um dispositivo de sanidade

Tentar fazer o caminho de volta
Às vezes é doloroso, às vezes é doloroso

Não dá pra rastrear aquele pensamento
Aquele pensamento, aquele momento

Cê não sabe que eu sou muito louco?
Que eu sou arrogante, que eu sou macho escroto
Que eu sou caloteiro, que eu sou caloteiro?

Já roubei metade da cidade natal
De todos esses poetas
Todos esses cantores
Todos esses artistas

Mas será que o deserto sente falta da chuva?
Tem gente que vomita quando sente alguma coisa profunda

Tem um tipo de música que sempre me pega
Sempre me emociona

Originalidade é uma questão de estômago
Uma questão de ter estômago
E hoje eu acordei sem muita força pra comer

Era um domingo de lua
Quando deixei Valadares

E até eu chegar aqui
Aqui

Stomach

Where are the fishes?
I'm gonna paint them black
I'm gonna cut them in eights
Cook them too
On a black flame
Then enjoy the meal
All that will be left is white bones
I'll make them a tombstone
And I'll pay respect and I'll pay respect
That you never be reborn
That you never be slaughtered
As food

This is not a disease, it's who we are, it's who we are, it's who we are
This is not a disease, it's who we are, it's who we are, it's who we are

There is no restart
Everything exists before
Everything existed
And we carry that weight on our backs
The weight of the past, the weight of the past, the weight of the past
Of my mother
Of my grandmother
And before them also of my great-grandmother
And before them a million of distant generations inside me
But if even Jesus was able to learn
Something with the devil
Who am I to judge, who am I to judge?
It must be why I feel so much satisfaction
When I see money, when I have money
But it's not about richness
Even if it brings a little bit of joy

Joy is not as deep as love
But endure the malaise
Sometimes it's really hard

After all what's left for us is to not be afraid
After all what matters is to not be afraid

Forgetting is a sanity device

Trying to make the way back
Sometimes it's painful, sometimes it's painful

It's not possible to track that thought
That thought, that moment

Don't you know that I'm really crazy?
That I'm arrogant, that I'm a macho asshole
That I'm a deadbeat, that I'm a deadbeat?

I already stole half of the hometown
From all those poets
All those singers
All those artists

But does the desert miss the rain?
There are some people who vomit when they feel something deep

There's a kind of music that always gets me
Always makes me emotional

Originality is a matter of stomach
A matter of having a stomach
And today I woke up without much strength to eat

It was a sunday with moon
When I left Valadares

And until I got here
Here