Текст и перевод песни Vitor Ramil feat. Marcos Suzano & Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro - Livro Aberto

Livro Aberto

Essa cama imensa consumindo a noite
Esse livro aberto como alegoria
O abajur perdido em sua luz
Essa água quieta desejando a sede

O controle girando no ar
A TV remota em sua fantasia
Uma alegria que não vai passar
Se você vier

Esse teto frágil sustentando a lua
Esse livro aberto como uma saída
O tapete e seu plano de vôo
O lençol revolto antecipando o gozo

Essa velha casa de coral
Essa concha muda que o meu sonho habita
A paixão invicta que não vai passar
Se você vier

Esse rádio doido de olhos valvulados
Esse livro aberto como uma sangria
Esse poema novo sem papel
O papel que cabe aos meus sapatos rotos

O meu rosto que o espelho não vê
A janela imóvel em seu desatino
Esse meu destino que não vai passar
Se você vier

Esse quarto agindo à minha revelia
Esse livro aberto como uma indecência
O desejo é um naco de pão
A ilusão exposta em tanto desalinho

Uma tecla insiste em bater
No relógio o tempo é uma saudade tensa
E essa cama imensa que não vai passar
Se você vier

Se você vier

Se você vier

Livre Ouvert

Ce lit immense dévorant la nuit
Ce livre ouvert comme allégorie
L'abat-jour perdu dans sa lumière
Cette eau tranquille désirant la soif

La télécommande tournoyant dans l'air
La télévision distante dans ton fantasme
Un bonheur qui ne passera pas
Si tu viens

Ce plafond fragile soutenant la lune
Ce livre ouvert comme une échappatoire
Le tapis et son plan de vol
Le drap froissé anticipant le plaisir

Cette vieille maison de corail
Cette coquille muette que mon rêve habite
La passion invincible qui ne passera pas
Si tu viens

Ce radio fou aux yeux à lampes
Ce livre ouvert comme une saignée
Ce nouveau poème sans papier
Le papier qui revient à mes chaussures déchirées

Mon visage que le miroir ne voit pas
La fenêtre immobile dans son délire
Ce destin qui ne passera pas
Si tu viens

Cette chambre agissant à mon insu
Ce livre ouvert comme une indécence
Le désir est un morceau de pain
L'illusion exposée dans tant de désordre

Une touche insiste à frapper
Sur l'horloge le temps est une nostalgie tendue
Et ce lit immense qui ne passera pas
Si tu viens

Si tu viens

Si tu viens