Vinicius Preto - Rotina paroles de chanson

paroles de chanson Rotina - Preto



Essa é uma história que parece normal
Parecida com outras, mas um outro final
Tive sorte, foi o destino que quis
Que passasse por essas pra entender o que eu fiz
De errado e certo, eu não sei dizer
Mas com certeza os fatos me fizeram entender
Era domingão, calor demais, um sol pra cada
Eu e o Tocão se sentindo em um Opala
A caminho de casa, sem camisa, som no talo
Sem dever nada, passamos no mercado
Ao entrar pra estacionar, eu pude avistar
Pelo retrovisor, duas barca logo atrás
deram o farol, mas eu nem me liguei
Que dessa vez era nóis a bola da vez
Parei, desliguei, saímos tranquilos
Desespero dos gambé, apontando arma e dando grito
Mãos pro alto!
Não entendi nada
Os cana ficaram foda porque eu tava dando risada
Falou pra mim que eu iria rir depois
Fiquei na moral, pra não piorar pra nós dois
Revistaram o carro, encostaram, me julgaram
E queriam saber de quem era e perguntaram
Onde tava a droga, onde iria, quem são vocês?
O dinheiro que eu tava, fui pegar quase apanhei
Nesse momento, o mercado tava olhando
Apontando, sorrindo ou até nos julgando
Mas o que parece rotina, é sempre igual
Abordam os pretos, racismo estrutural
Tantas histórias parecidas, com outro roteiro
Seria diferente, se não fôssemos pretos?
O que seria diferente na madrugada escura?
Um carro abandonado, dois pretos dentro da viatura
Vai!
Mas em Rio Preto também outra rotina estressante
No caminho da turnê, uma batida flagrante
Perdidos na cidade procurando endereço
Cinco caras dentro do prêmio, imagina o preço
Pros gambé da cidade era mais um alvo
era noite, carro cinza, placa de São Paulo
Cheque-mate errado, uma jogada perdida
Blefaram no jogo, cheiradão de cocaína
saímos daquele jeito, de quem é quebrada
Sorrisos de raiva, estampados na cara
Encostados na parede, julgamento de rotina
Quatro viaturas, imagina a adrenalina
O contratante chegou e tentou explicar
Que estávamos atrasados e iríamos tocar
E a partir dali mudou totalmente
Perguntaram se era pagode e quem era a gente
Mesmo assim, o sargento falava demais
Se sentindo Deus, quis abrir o porta-malas
Sem pressa, fui abrir pro gambé folgado
Foi assim que ele viu o bagageiro lotado
Bateu nele a preguiça de sempre
Não quis mexer em nada e mandou seguir em frente
Foi assim também que a rotina se manteve
Mais uma batida rotineira, em cima da gente
Seguimos nosso caminho, acabou? Talvez
A expectativa fica, qual será a próxima vez?
Que seremos parados, tratados como suspeitos
Sendo violado qualquer um dos direitos
De andar por ai sem temer o que vem
Pros pretos terá que, sempre um porém
De se preparar e viver mantendo a sina
Sem saber o que te aguarda na próxima esquina
Vai!



Writer(s): Vinicius Preto


Vinicius Preto - Canto Negro
Album Canto Negro
date de sortie
10-03-2020



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