Lyrics and translation André Teixeira - Caminho de Sempre

Caminho de Sempre

O sol se põe de'a pouquito
Detrás da porteira velha
Do mataburro quebrado.
E o campeiro, num tostado,
Tranco e tranco, retornando...
Vai contente e vai charlando
Com seu perrito tigrado.

Vez em quando, garra um trote...
Chacoalha o laço nos tentos
E os bastos ringem - pois não! -
Cruza por cerro e lagoão,
Costa de mato e banhado...
Onde a garça segue o gado,
Que nem lhe põe atenção.

Co'estes fundos recorridos,
- Pondo o olho em vaca fraca,
Bombeando o arame e contando... -
Fecha um cigarro, voltando.
Bom fumo Ramo de Ouro,
Que vale mais que um tesouro
Pra'o que se aquece pitando!

Capinchos mansos no passo,
Lebre arisca que dispara,
Sorro ladino gritando...
Em seu rumo, serpenteando,
As vezes some em descidas,
E quando sobe, em seguida,
Vai contra o céu repechando.

Já vai seco por um mate...
E no galpão, pela hora,
(E pelo frio!) não se engana:
Queima um restito de trama
Que repartia um potreiro.
Última ajuda aos campeiros
Da divisa veterana.

Como pode este caminho
- Este caminho de sempre -
Estar sempre mais bonito?
Pedras rodeando um cerrito...
Velho açude feito a boi...
Tudo que o pago já foi
Ficou aqui... infinito!

Caminho de Sempre

The sun sets little by little
Behind the old gate
Of the broken windbreak.
And the horseman, on a brown horse,
Trot and trot, returning...
He goes happy and chatting
With his tiger-spotted dog.

Every once in a while, he gallops...
He rattles the lasso in the air
And the stirrups creak - well, yes! -
He crosses through a hill and a lagoon,
Brush and flooded land...
Where the egret follows the cattle,
Which does not even pay attention to it.

With these long journeys completed,
- Keeping an eye on the weak cow,
Pumping the wire and counting... -
He lights a cigarette and turns.
Good smoke Ramo de Ouro,
Which is worth more than treasure
For the one who warms himself by smoking!

Gentle capybaras on the path,
A shy hare that runs away,
A sly fox crying...
On his way, meandering,
Sometimes he disappears on descents,
And when he climbs, then,
He goes up against the sky.

He is already dry for a mate...
And in the shed, by the hour,
(And by the cold!) he is not mistaken:
He burns a remnant of cloth
That divided a pasture.
Last help for the cowboys
Of the veteran border.

How can this road
- This road that is always the same -
Always be more beautiful?
Stones surrounding a hill...
Old pond made for cattle...
Everything that the countryside once was
Has remained here... infinite!