Lyrics Sinfonia da Cidade Cinza - Beo
Apocalipse
sonoro,
crianças
chorando
Um
público
culto
aprecia
o
desastre
tocando
Discos
rodando
em
cada
bar
do
centro
urbano
A
sinfonia
da
cidade
cinza
ecoando
Tiro,
gritos
de
socorro,
imprudência
Suicídio,
homicídio
e
o
homem
continua
sua
regência
Estômagos
roncando,
na
calçada
um
pastor
pregando
E
segue
a
sinfonia
assim
por
longos
anos
Artista
que
por
bom
preço
até
a
mãe
vendia
Regravou
a
tal
da
sinfonia
e
foi
por
mixaria
Apareceu
cantando
na
telinha
O
som
que
amedronta
a
periferia
Sampa,
minha
querida
merecia
das
melodias
as
mais
lindas
E
segue
essa
fanfarra
bagunçada
com
manetes
como
bailarinas
Pratos,
tambores,
cornetas
Foram
trocados
pelas
escopetas
Na
cidade
cinza
ninguém
mais
confia
em
ninguém
Mostre
os
seus
bens,
aqui
você
vale
o
que
"cê"
tem
Na
rádio,
risos
forçados,
choros
abafados
Os
carros
tocam
no
volume
mais
alto,
os
revolucionários
Nunca
escutados
ou
levados
a
sério
E
os
fracos
versos
são
escritos
no
castelo
de
Brasília
São
tantas
famílias,
reclamando
da
vida
Que
sangram,
porém
entoam
a
sinfonia
Garoa
que
machuca
o
consumismo
que
importuna
Às
seis
da
tarde,
Sé,
muvuca
Vejo
a
merreca
e
a
fortuna
Um
Zé,
servindo
outro
mais
ainda
A
escadinha
de
medíocres
que
dão
preço
a
vida
Tudo
cinza,
um
vazio
que
predomina
Na
mais
populosa
eu
me
sinto
tão
sozinha
A
noite
é
glamorosa,
te
seduz
com
um
copo
de
bebida
Te
faz
entoar
a
sinfonia
Do
Banespa,
somos
todos
formiguinhas
Que
trabalham
no
verão
e
por
cada
estação
seguida
E
as
cigarras,
cantam
tranqüilas
Mas
um
dia
o
inverno
chega
e
a
voz
desafina
Os
maestros
são
formados,
diplomados
Bem
vestidos
e
também
se
dizem
bem
intencionados
Segue
o
compasso
Tudo
tão
maquinado
Compositores
fardados
Meus
ouvidos
sangram
a
cada
solo
tocado
E
o
coro
obedece
com
exatidão
"Cantem
com
muita
emoção!
"
Por
trás
dos
olhares
mais
tristes
Um
sorriso
brasileiro
de
quem
nunca
desiste
Uma
cidade,
mil
realidades
Sirene,
Gritos,
Risos
de
infelicidade
Um
empresário
passa
ao
lado
do
que
limpa
pára-brisa
Vendo
ouro,
compro
ouro!
Por
favor,
salve
minha
vida!
Sinal
abriu,
Sinal
fechou
Quem
foi
que
fugiu?
Quem
foi
que
ficou?
Quem
honrou
a
bandeira
que
levantou?
Quem
decidiu
andar
contra
a
corrente?
E
se
pôs
a
cantar
um
som
diferente?
Multidão
forma
um
grande
cifrão
Loucos,
afoitos,
correndo
pra
liquidação
Os
valores
escorrem
como
maquiagem
pelo
chão
Com
a
garoa
furiosa
que
cai
do
céu
de
escuridão
A
morte
em
cada
olhar,
o
luto
em
cada
Natal
Nasce
um
Zé,
precisamos
de
mais
vozes
pro
coral
Me
dói
notar
como
é
que
a
banda
toca
Sempre
que
um
sorri,
há
um
outro
alguém
que
chora
Ouçam
as
vozes,
um
pouco
cansadas
Tristes,
desafinadas
Sem
percepção
rítmica
ou
melódica
Mas
prestem
atenção
Precisamos
cantar
bem
na
copa
Queima
de
arquivo
é
a
nossa
partitura
Miram
naquele
que
entoa
em
bom
tom
a
verdade
pra
rua
Num
timbre
grave
a
canção
continua
Sem
pausa,
eles
decidem
e
é
essa
nossa
música
Tiro
seco,
Maria
chora
em
desespero
A
chacina
nua
segue
mais
um
enterro
E
quem
não
se
cala
com
o
som
da
moeda
Se
cala
na
bala,
é
a
ditadura
que
ninguém
enxerga
(Cantado):
A
lei
é
Não
fale,
Finja!
Não
pense,
Não
fuja
da
mira
Apenas
ouça
a
sinfonia
da
cidade
cinza
Entoe
a
sinfonia
da
cidade
cinza
Você
é
parte
da
orquestra
da
cidade
cinza
É
a
chacinaa
Pa
Pa
Pa
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