Paroles et traduction Gabriel o Pensador - Encerramento.4 - Um Garoto Chamado Rorbeto

Encerramento.4 - Um Garoto Chamado Rorbeto

A turma ficou curiosa
E contou pra toda galera
Que o Rorbeto tinha um segredo
E ninguém sabia o que era

Quê que é?
Rorbeto tem um segredo
Um segredo, o quê que é? (O que é? Não sei!)
Ô, Rorbeto! (Fala aí, fala aí o segredo)
(Não sei!)

Ficou todo mundo de olho quando ele chegou na escola
Andando com cara de triste, com a mão dentro de uma sacola
Olhando a tristeza do amigo, até esqueceram o mistério
E todos falaram para ele: porque você está tão sério?

Mas ele não teve coragem de mostrar a mão com defeito
E disse: me deixem sozinho, que eu quero ficar desse jeito
Sentou lá no canto da sala, e a mão não tirou da sacola
Até que chegou o recreio e ele nem foi jogar bola

Depois disse a professora: hoje é um dia especial
Eu vou ensinar uma coisa gostosa e fundamental
Preparem o papel e o lápis que vai começar o dever
Vocês neste grande momento irão aprender a escrever

E todos ficaram animados, até o Rorbeto ficou
Tentando copiar a letra que a professora mandou
Ninguém fez a letra certinho, que a primeira vez sai errada
Pior foi na vez do Rorbeto que não conseguiu fazer nada

É que ele tentou com a esquerda que não era a mão que ele usava
Nem quando tirava meleca e nem quando desenhava
A mão boa dele, a direita, era a sua mão dos seis dedos
Que agora ele pôs na sacola tentando guardar o segredo

Mas a professora, encucada, falou: o que é isso, garoto?
Tentando escrever com a mão esquerda?
Eu sei que você não é canhoto
Então tira a mão desse saco e faz logo a letra na folha

Rorbeto obedeceu no ato pois viu que não tinha outra escolha
Pensou que se fosse ligeiro
Ninguém ficaria contando os dedos da sua mãozinha
Pra ver que ela tinha um sobrando

Rasgou a sacola correndo, escreveu mais rápido ainda
E mesmo nervoso e com pressa, ele fez a letra mais linda
E olhou para a professora que estava com cara de espanto
Falando pros alunos todos chegarem mais perto do canto
Rorbeto ficou preocupado, será que ela viu que são seis?

Ouvindo-a dizer para a turma: vem ver o que o Rorbeto fez
E mais uma vez, com vergonha, botou suas mãos para trás
Enquanto a galera dizia: chocante, maneiro, demais!
E aí percebeu que o assunto não era tal mão esquisita
E sim o que a mão tinha feito, a letra certinha e bonita

Rorbeto sorriu de alegria voltado a sentir-se bem
Alguém foi com o braço esticado querendo lhe dar parabéns
E ele, que era distraído, na hora desse cumprimento
Tirou a mão de trás das costas de um jeito bem calmo e bem lento

Na hora do aperto de mão a outra criança sorria
E olhando pra a mão de Rorbeto sentiu que ela estava fria
Tremia essa mão de nervoso com medo de ser descoberta
Enquanto a galera dizia: a mão do Rorbeto é esperta

No dia seguinte na aula ficou engraçada a escola
Com a turma chegando na sala com as mãos dentro de umas sacolas
Rorbeto ficou com vergonha, pensou que era uma gozação
Que estavam fazendo piada com os seis dedos da sua mão

Mas a professora espantada viu tanta sacola junta
Que perguntou logo o motivo, e todos ouviram a pergunta
É pra escrever mais bonito, a turma respondeu em coro

Queremos ser como Rorbeto, Rorbeto da mão de ouro
Rorbeto gostou do elogio ficando até bem comovido
Mas quis explicar aos amigos que aquilo era um mal entendido
Botar a sacola na mão não ajuda a fazer letra boa
Fizeram a maior confusão com as mãos nas sacolas à toa

A turma ficou curiosa, e alguém perguntou lá na frente
Por que está com a mão na sacola Rorbeto? Então conta para gente
Rorbeto venceu a vergonha e mostrou a mão bem aberta
Disseram: tem dedo sobrando, assim qualquer um acerta!

Mas a professora explicou que aquilo era só um detalhe
E que pra escrever como ele, certinho, o capricho é o que vale
Não faz diferença ter cinco, seis dedos, duas mãos ou dois pés
Cada um é de um jeito, e são todos perfeitos
Rorbeto, eu te dou nota 10!

E a turma corredor para o Rorbeto querendo apertar sua mão novamente
Querendo lhe dar parabéns pelo 10, nem ligando para a mão diferente
Rorbeto juntou as sacolas e as jogou no lixo com os seus companheiros
Depois, ele foi jogar bola e gritou: furem a luva, que eu vou ser goleiro!

Closing.4 - A Boy Named Rorbeto

The class was curious
And told everyone
That Rorbeto had a secret
And nobody knew what it was

What is it?
Rorbeto has a secret
A secret, what is it? (What is it? I don't know!)
Hey, Rorbeto! (Tell us, tell us the secret)
(I don't know!)

Everyone was watching when he arrived at school
Walking with a sad face, his hand inside a bag
Looking at their friend's sadness, they even forgot about the mystery
And they all said to him: why are you so serious?

But he didn't have the courage to show his defective hand
And said: leave me alone, I want to stay like this
He sat in the corner of the room, and didn't take his hand out of the bag
Until recess came and he didn't even go play ball

Then the teacher said: today is a special day
I'm going to teach you something tasty and fundamental
Prepare the paper and pencil, homework is about to start
You will learn to write in this great moment

And everyone was excited, even Rorbeto
Trying to copy the letter that the teacher sent
Nobody got the letter right, the first time comes out wrong
Worse was Rorbeto's turn, who couldn't do anything

It's just that he tried with his left hand, which wasn't the hand he used
Not when he picked his nose, nor when he drew
His good hand, his right, was his six-fingered hand
Which he now put in the bag, trying to keep the secret

But the teacher, puzzled, said: what's that, boy?
Trying to write with your left hand?
I know you're not left-handed
So take your hand out of that bag and write the letter on the sheet

Rorbeto obeyed on the spot because he saw that he had no other choice
He thought if he were quick
No one would be counting the fingers on his little hand
To see that she had one left over

He ripped the bag open, wrote even faster
And even nervous and in a hurry, he made the most beautiful letter
And he looked at the teacher who had a shocked expression on her face
Telling all the students to get closer to the corner
Rorbeto was worried, did she see that there are six?

Hearing her say to the class: come see what Rorbeto did
And once again, embarrassed, he put his hands behind his back
While everyone was saying: shocking, cool, awesome!
And then he realized that the subject was not such a strange hand
But what the hand had done, the neat and beautiful letter

Rorbeto smiled with joy, turning to feeling good
Someone went with their arm outstretched wanting to congratulate him
And he, who was distracted, at the time of this greeting
He took his hand from behind his back in a very calm and slow way

At the time of the handshake the other child was smiling
And looking at Rorbeto's hand he felt that it was cold
That hand was trembling with nervousness, afraid of being discovered
While everyone was saying: Rorbeto's hand is smart

The next day in class, school was funny
With the class arriving in the room with their hands inside bags
Rorbeto was ashamed, he thought it was a mockery
That they were making fun of the six fingers on his hand

But the astonished teacher saw so many bags together
She immediately asked the reason, and everyone heard the question
It's to write more beautifully, the class answered in chorus

We want to be like Rorbeto, Rorbeto of the golden hand
Rorbeto liked the compliment, even being moved
But he wanted to explain to his friends that this was a misunderstanding
Putting the bag on your hand doesn't help to make good handwriting
They made the biggest confusion with their hands in bags for nothing

The class was curious, and someone asked up front
Why is Rorbeto's hand in the bag? So tell us
Rorbeto overcame his shame and showed his hand wide open
They said: there is a finger left over, so anyone can get it right!

But the teacher explained that this was just a detail
And that to write like him, neatly, neatness is what matters
It makes no difference to have five, six fingers, two hands or two feet
Everyone is different, and they are all perfect
Rorbeto, I give you a 10!

And the class corridor to Rorbeto wanting to shake his hand again
Wanting to congratulate him for the 10, not caring about the different hand
Rorbeto gathered the bags and threw them in the trash with his companions
Then, he went to play ball and shouted: pierce the glove, I'm going to be the goalkeeper!