Paroles et traduction João Bosco - Cabaré

Cabaré

Na porta, lentas luzes de néon
Na mesa, flores murchas de crepon.
E a luz grená filtrada entre conversas
Inventa um novo amor, loucas promessas.

De tomara-que-caia
Surge a crooner do norte
- Nem aplausos, sem vaia:
Um silêncio de morte

Ah, quem sabe de si nesses bares escuros
Quem sabe dos outros, das grades, dos muros.
No drama sufocado em cada rosto
A lama de não ser o que se quis
A chama quase morta de um sol posto
A dama de um passado mais feliz

Um cuba-libre treme na mão fria
Ao triste strip-tease da agonia
De cada um que deixa o cabaré
Lá fora a luz do dia fere os olhos

Cabaret

At the door, dim neon lights
On the table, wilted crepe flowers.
And the maroon light filtered through conversations
Invents a new love, crazy promises.

In a revealing dress
The northern crooner appears
- Neither applause nor booing:
A deathly silence

Oh, who can understand themselves in these dark bars
Who knows about others, the bars, the walls.
In the stifled drama on each face
The disappointment of not being what one wanted to be
The almost extinguished flame of a setting sun
The lady of a happier past

A Cuba Libre trembles in a cold hand
To the sad striptease of agony
Of each one who leaves the cabaret
Outside, the daylight hurts your eyes