paroles de chanson Selvática - Karina Buhr
Refaço,
rechaço
Não
lhe
devemos
nada
Não
nos
verás
na
escuridão
como
capacho
Nos
temporais
amargos
Dias
penumbrosos
anoitecidas
Não
moverás
do
corpo
um
pelo
A
tempestade
é
vencida
Selváticas
por
amor
ensandecidas,
não
as
tocarão
Manadas
apedrejantes
Selváticas
de
vitórias
surpreendentes
munidas
Cavalgam
amazonas
delirantes
Guerreira
que
bebe
sangue
Arco
e
flecha
do
daomé
Viço
de
bicho,
ebó
de
manguem,
jurema
da
favela
Óleo
de
palma
pra
ela
Alma
na
planta
do
axé
O
eclipse
perdurará
Acharas
palha
no
agulheiro
e
transmutarás
Perfurarás
o
mal
seu
e
o
do
alheio
E
o
enforcarás
com
o
cipó
da
própria
raiz
segura
Costura
de
árvores
nas
alturas
Não
espirrarás
tua
violência
amanhecida
Tantas
vezes
na
aprovação
da
multidão
Tua
sanha
virará
só
coração
Sem
mais
arranhão,
nem
ferida
Choro
trufado,
pedregoso
Umedece
o
olho
arranhando,
refinando
a
vista
embargada
Guerrilheira
curda
vitoriosa
nas
curvas
das
serras
teimosas
Mulheres,
conforme
a
espécie
na
guerra
Esbravejam
a
dor
da
terra
em
uivos
Lhes
crescem
pupilas
ruivas
Uvas
bacantes,
semeadas,
oliveiras
palestinas
suculentas
Avisam:
já
não
há
quem
possa
Chifres
de
marfim
nascem
devagar
a
empurrar
Entremeando
os
cabelos
Afiam-se
dentes,
pontas
de
diamantes
Estraçalhadores
fulminantes
de
pecadoras
maçãs
Vãs
as
imagens
delas
conforme
a
sua
semelhança
Bailarão
lança
e
festança
Extirparão
o
sumo
da
memória
criminosa
Refarão
a
história
e
a
prosa
de
tuas
eternas
Inquisições
de
fogueiras
em
beiras
de
abismos
Baderneiras,
flamejantes
ciganas
a
postos
abafarão
os
berreiros
Constantes
em
fogosas
rosas
gigantes
Filhos
meus,
os
seus
e
os
nossos
Selváticas,
elas
não
necessitam
seu
elogio
Ela
transgride
sua
orientação
Refeito
o
começo
bíblico:
não
ferirás
Nenhum
corpo
por
ser
feminino
com
faca,
ou
murro,
ou
graveto
Eu
te
prometo
Sedarás
o
mal,
interceptarás
no
meio
do
caminho
o
espeto
Super
heróis
de
tuas
vítimas
estancadas
Agora
és
delas
a
espada
e
não
o
algoz
Ela
come
a
selva
de
fora
Ela
vem
da
selva
de
dentro
Selvática,
ela
pare
a
própria
hora
Ela
vale
em
pensamento
Selvática,
ela
come
a
selva
de
fora
Ela
vem
da
selva
de
dentro
E
no
final
ideal
não
terás
domínio
sobre
mulher
alguma
No
final
ideal
não
terás
domínio
sobre
mulher
alguma
Ela
come
a
selva
de
fora
Ela
vem
da
selva
de
dentro
Ela
pare
a
própria
hora
Ela
vale
em
pensamento
Ela
come
a
selva
de
fora
Ela
vem
da
selva
de
dentro
Ela
pare
a
própria
hora
Ela
vale
em
pensamento
1 Alcunha de Ladrão
2 Cerca de Prédio
3 Vela e Navalha
4 Dragão
5 Eu Sou um Monstro
6 Conta Gotas
7 Pic Nic
8 Esôfago
9 Rimã
10 Desperdiço-Te-Me
11 Selvática
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