paroles de chanson Saudade Dos Aviões da Panair (Conversando No Bar) - Milton Nascimento
Lá
vinha
o
bonde
no
sobe
e
desce
ladeira
E
o
motorneiro
parava
a
orquestra
um
minuto
Para
me
contar
casos
da
campanha
da
Itália
E
o
tiro
que
ele
não
levou
Levei
um
susto
imenso
nas
asas
da
Panair
Descobri
que
as
coisas
mudam
E
que
tudo
é
pequeno
nas
asas
da
Panair
E
lá
vai
menino
xingando
padre
e
pedra
E
lá
vai
menino
lambendo
podre
delícia
E
lá
vai
menino
senhor
de
todo
o
fruto
Sem
nenhum
pecado
sem
pavor
O
medo
em
minha
vida
nasceu
muito
depois
descobri
Que
a
arma
é
o
que
a
memória
guarda
Dos
tempos
da
Panair
Nada
de
triste
existe
que
não
se
esqueça
Alguém
insiste
e
fala
ao
coração
Tudo
de
triste
existe
e
não
se
esquece
Alguém
insiste
e
fere
o
coração
Nada
de
novo
existe
nesse
planeta
Que
não
se
fale
aqui
na
mesa
de
bar
E
aquela
briga
e
aquela
fome
de
bola
Aquele
tango
aquela
dama
da
noite
Aquela
mancha
e
a
fala
oculta
Que
no
fundo
do
quintal
morreu
Morri
a
cada
dia
dos
dias
que
vivi
Cerveja
que
tomo
hoje
é
apenas
em
memória
Dos
tempos
da
Panair
A
primeira
Coca-Cola
foi
me
lembro
bem
agora
Nas
asas
da
Panair
Em
volte
desta
mesa
velhos
e
moços
Lembrando
o
que
já
se
foi
Em
volta
dessa
mesa
existem
outras
Falando
tão
igual
Em
volta
dessas
mesas
existe
a
rua
Vivendo
seu
normal
Em
volta
dessa
rua
uma
cidade
Sonhando
seus
metais
Em
volta
da
cidade
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