paroles de chanson Livro aberto - Vitor Ramil
Essa
cama
imensa
consumindo
a
noite
Esse
livro
aberto
como
alegoria
O
abajur
perdido
em
sua
luz
Essa
água
quieta
desejando
a
sede
O
controle
girando
no
ar
A
TV
remota
em
sua
fantasia
Uma
alegria
que
não
vai
passar
Se
você
vier
Esse
teto
frágil
sustentando
a
lua
Esse
livro
aberto
como
uma
saída
O
tapete
e
seu
plano
de
vôo
O
lençol
revolto
antecipando
o
gozo
Essa
velha
casa
de
coral
Essa
concha
muda
que
o
meu
sonho
habita
A
paixão
invicta
que
não
vai
passar
Se
você
vier
Esse
rádio
doido
de
olhos
valvulados
Esse
livro
aberto
como
uma
sangria
Esse
poema
novo
sem
papel
O
papel
que
cabe
aos
meus
sapatos
rotos
O
meu
rosto
que
o
espelho
não
vê
A
janela
imóvel
em
seu
desatino
Esse
meu
destino
que
não
vai
passar
Se
você
vier
Esse
quarto
agindo
à
minha
revelia
Esse
livro
aberto
como
uma
indecência
O
desejo
é
um
naco
de
pão
A
ilusão
exposta
em
tanto
desalinho
Uma
tecla
insiste
em
bater
No
relógio
o
tempo
é
uma
saudade
tensa
E
essa
cama
imensa
que
não
vai
passar
Se
você
vier
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