Paroles et traduction Vitor Ramil - Satolep

Satolep

Sinto hoje em Satolep
O que há muito não sentia
O limiar da verdade
Roçando na face nua
As coisas não têm segredo
No corredor dessa nossa casa
Onde eu fico só com minha voz
A Dalva e o Kleber na sala
Tomando o mate das sete
A Vó vem vindo da copa
Trazendo queijo em pedaços
Eu liberto nas palavras
Transmuto a minha vida em versos
Da maneira que eu bem quiser
Depois de tanto tempo de estudo
Venho pra cá em busca de mim.

E o céu se rirá d'amore
No olho azul de Zenaide
Outrora... lembras flam(ingos)
Jê ne se pá, singulare
Yê na barra uruguaia
E letchussas no Arroito
Marfisas gemerão de paz
No The Lion!
La Jana torpor vadio
Cigarra sem horizonte
Lia, Alice e a lua
Num charque sem preconceito
O CISNE NEGRO APRISIONA
O bélICo AmoR perdidO
E a Esma num bissaje só
Cativa alguém
Nessa implosão de signos e princípios
Eu guardo o Joca e ele a mim.

O teu nome, Ana, escrito
No braço da minha alma
Persiste como uma estrela
Nas horas intermináveis
Chuva, vapor, velocidade
É como o quadro do Turner
Sobre a parede gris da solidão.
So-to-me-lo te verás-me
Como-lho-me verte-ás-nos
Solo te quiero dizer-te
Que me sinto mui contento
Porque vou na tua casa
E lemos cousas bonitas juntos
No silêncio eu pego em tua mão
Tu do meu lado e eu no teu quarto quieto
Teu ser se confunde no meu.

Vitorino de La Mancha
Minha luta se resume
No compasso de um tango
Na minha triste figura
Meu piano Rocinante
A YOGA e o chá no fim da tarde
E depois a noite e meu temor.
Eu converso com o Kleiton
Na mesa da casa nova
Sobre a vida após a morte
Sobre a morte após a vida
Vencedor é o que se vence
E a falta do Kleber é dura
O que a gente quer é ser feliz
A paz do indivíduo é a paz do mundo
E viva o Rio Grande do Sul!

Só, caminho pelas ruas
Como quem repete um mantra
O vento encharca os olhos
O frio me traz alegria
Faço um filme da cidade
Sob a lente do meu olho verde
Nada escapa da minha visão.
Muito antes das charqueadas
Da invasão de Zeca Netto
Eu existo em Satolep
E nela serei pra sempre
O nome de cada pedra
E as luzes perdidas na neblina
Quem viver verá que estou ali.

Satolep

I feel today in Satolep
What I haven't felt for a long time
The threshold of truth
Brushing against my bare face
Things have no secrets
In the hallway of this house of ours
Where I'm left alone with my voice
Dalva and Kleber in the living room
Drinking their seven o'clock mate
Grandma coming from the kitchen
Bringing cheese in pieces
I liberate myself in words
Transmute my life into verses
In any way I please
After so much time studying
I come here in search of myself.

And the sky will laugh with love
In Zenaide's blue eyes
Once upon a time... remember flam(ingos)
Jê ne se pá, singulare
Yê na barra uruguaia
And owls in the Arroito
Marfisas will moan with peace
In The Lion!
La Jana lazy torpor
Cicada without a horizon
Lia, Alice and the moon
In a charque without prejudice
THE BLACK SWAN IMPRISONS
The bélIC AmoR lost
And Esma in a single bissaje
Captivates someone
In this implosion of signs and principles
I keep Joca and he keeps me.

Your name, Ana, written
On the arm of my soul
Persists like a star
In the endless hours
Rain, steam, speed
It's like Turner's painting
On the gray wall of solitude.
So-to-me-lo you will see me
Como-lho-me you will see us
Solo te quiero tell you
That I feel very happy
Because I go to your house
And we read beautiful things together
In silence I take your hand
You by my side and I in your quiet room
Your being merges with mine.

Vitorino of La Mancha
My struggle is summed up
In the beat of a tango
In my sad figure
My piano Rocinante
YOGA and tea in the late afternoon
And then the night and my fear.
I talk to Kleiton
At the table in the new house
About life after death
About death after life
The winner is the one who overcomes himself
And the absence of Kleber is hard
What we want is to be happy
The peace of the individual is the peace of the world
And long live Rio Grande do Sul!

Alone, I walk the streets
Like someone repeating a mantra
The wind soaks my eyes
The cold brings me joy
I make a film of the city
Under the lens of my green eye
Nothing escapes my vision.
Long before the charqueadas
Zeca Netto's invasion
I exist in Satolep
And in it I will be forever
The name of each stone
And the lights lost in the fog
Whoever lives will see that I am there.