Текст песни Brincando de Marionete - Facção Central
A
trilha
sonora
é
tiro
a
cena
é
de
terror,
o
ar
é
triste
tem
aglomeração
Sirenes,
viaturas,
calibres,
12,
38,
veja
as
manchas
no
chão
O
carro
preto
e
branco
define
atração,
17
caio
pelo
pioneer
cd
na
mão,
a
arma
foi
Glock
Fulano
sem
Ibope,
Cinco
na
cabeça,
passaporte
pra
morte
A
sigla
IML,
define
seu
caminho
Oitava
gaveta
na
geladeira,
um
cadáver
decomposto
Do
estilo
que
bóia
no
rio,
Defunto
pra
pesquisa
olha
o
conto
do
legista
Pobre
é
fundamental
pra
medicina
Corta
o
cérebro,
arranca
o
pulmão,
abre
o
peito
no
meio
e
come
ocoração
É
míssil
teleguiado,
controle
remoto,
Marionete
do
sistema
brasileiro
de
corpos
Sei
que
os
porcos
batem
palmas
pro
meu
caixão
Que
deliram
no
cemitério,
na
detenção
Com
nosso
sangue
escorrendo
no
chão
Querem
grampo
no
meu
pulso,
Me
ver
apodrecendo
no
X
de
uma
delegacia
Esperando
na
febre,
a
quarta
feira
meu
jumbo,
a
minha
visita
Se
pá
um
risco
de
cocaína,
querem
ver
o
meu
ódio,
Minha
semiautomática
jogando
na
rota
Vela
acesa
meus
pêsames,
outro
cadáver
pá,
outra
vitima
morta
Me
querem
de
quebrada
com
um
na
cinta,
Um
bolso
entupido,
roubando
um
toca
fita
E
dando
5g
pro
seu
filho
Uma
AR15
fodendo
o
carro
forte,
uma
AR15
num
banco,
bebendo
seu
sangue
Em
busca
do
cofre,
uma
facada
no
peito
do
pilantra,
Uma
rajada
nos
playboy
filhos
da
puta
de
zoomp,
fórum
Tirando
um
racha
com
suas
piranhas,
Bomba
relógio
no
seu
escritório
Quero
ver
me
olhar
com
nojo,
sem
fax,
computador,
celular,
no
seu
velório,
Não
vou
estar
no
chão
te
estendendo
a
mão,
ou
comendo
seu
lixo
Use
seu
dinheiro
pras
puta
das
boates,
pra
faculdade
do
seu
inútil
filho
Use
o
dinheiro
pra
whisky,
carro
esporte,
Pro
buffet
do
hotel
de
luxo,
não
cheiro
de
sua
farinha
Tenho
dignidade,
não
meto
os
cano
na
sua
raça
não
vejo
futuro
Realça
lut
palatino,
lagosta,
caviar
Faça
o
seu
papel,
não
abre
o
vidro
no
farol,
Nãm
estenda
o
pulso
pro
moleque,
pra
380
não
atirar
Ou
pra
ver
não
ver
o
moleque
com
o
nariz
escorrendo
Com
roupas
rasgadas,
queimado
de
cigarro,
feridas
no
corpo,
fedendo
Se
fodendo
mendigando
dinheiro,
Pra
uma
mãe
ou
pai,
filhos
da
puta
pra
cachaça,
cigarro,
crack,
Que
neurose
e
desespero
Aí
o
sangue
sobe,
tem
que
ter
enterro
Tiro
de
escopeta
na
cara,
o
álcool
queimando
pelo
corpo
inteiro,
pelo
corpo
inteiro
Aí
você
atrás
das
grades
Aí
você
com
o
ferro,
fazendo
boy
pagar
pedágio
Seu
BO,
no
carro
forte,
assalto
a
banco
São
apenas
peças
de
um
jogo
Onde
matar
ladrão
é
mais
o
fácil,
é
o
aceitável
Aqui
se
joga
na
cadeia,
não
é
pra
se
regenerar,
é
pra
ver
detento
se
matar
Se
joga
crack
na
favela,
e
se
espera
o
resultado
Abracadabra,
chove
finado
Já
assinei
um
12,
sei
como
é
lá
dentro
Aqui
fora
descobri
que
detento
tem
rótulo
na
testa
Tatuagem,
carimbo
pra
sempre
detento,
Eterno
marionete,
cair
na
armadilha
Faça
o
contrario
fulano,
aposente
os
calibres,
Dispense
a
farinha,
desfaça
a
quadrilha
Raciocine
com
o
cérebro
não
com
os
calibres
O
meu
caminho
eu
mesmo
traço
é
Dundum,
Facção
Bem
longe
do
crime,
é
o
sistema
brincando
de
marionetes
Brincando
de
Marionetes,
É
o
sistema
brincando
de
marionetes
Brincando
de
Marionetes
É
os
sistema
brincando
de
marionetes
De
braços
abertos
sobre
a
cabeça
de
outro
cadáver
está
Jesus
Dando
como
prêmio
a
sua
benção
E
aceitando
quem
quer
que
seja
sob
a
sua
cruz
Não
pede
holerite,
não
olha
a
cor,
não
puxa
o
DVC
Não
importa
se
vez
faculdade,
se
tem
curso
superior
Ou
se
derrubou
uns
três
antes
de
morrer
Nunca
li
a
Bíblia,
mal
passei
em
porta
de
igreja
Nunca
botei
fé
em
religião,
Só
tenho
Deus
uma
certeza
Que
aqui
no
inferno,
até
o
diabo
tem
perdão
vai
pra
cima,
Que
todo
homem
merece
misericórdia,
a
graça
de
Nossa
Senhora
Aparecida
O
detento
puxando,
quatro
de
ponta
revezando
seu
sono
atrás
das
grades
Enquanto
uns
dorme
outros
sonham
com
a
liberdade
O
moleque
com
a
mão
estendida
querendo
um
pedaço
de
hot
dog
Se
contentando,
ficando
feliz
com
resto
da
sua
fanta,
apenas
um
gole
O
mano
HIV
positivo
na
UTI,
na
cama
do
hospital
Ou
deficiente
sem
sorriso,
que
sonha
com
sua
moeda
de
5,
10,
25
Qualquer
real,
se
segura
na
mão
de
Deus
e
vai,
diz
o
verso
da
canção
Mansão,
iate,
ouro,
dólar,
são
em
vão
Preto
ou
branco,
pobre
ou
rico,
pro
buraco
só
leva
o
caixão
180
por
hora,
passou
estilo
carro
de
corrida
Pacoteira
no
bolso,
Honda
Civic
instalado
de
cocaína
O
perfil
do
jovem
de
bem,
brasileiro
do
tipo
que
queima
índio
com
álcool
O
santo,
o
filho
do
juiz,
o
bom
exemplo
A
justiça
no
Brasil
é
pro
detento
na
detenção
Que
destrói
o
pavilhão
com
as
mãos
Bota
fogo,
joga
pedra
no
PM
cuzão
Aí
o
promotor
condena
Cola
globo,
sbt,
revista
veja
querendo
a
noticia
Nosso
sangue
é
manchete
pro
empresário
que
ouve
a
vida
no
rádio
do
seu
carro
Com
seu
motorista
111
no
saco,
isso
sim
que
é
justiça
Sua
raça
cheira,
mata,
derrete
o
cachimbo
Paga
o
honorário,
pá
e
pum
advogado
ta
lá
pra
tirar
E
o
delegado
sorrindo,
mas
se
a
minha
ta
na
cinta
se
liga
na
bronca
Sou
assassino
confesso
sem
defesa
Trinca
de
ponta,
se
enquadram
minha
goma,
reviram
a
gaveta,
já
era
o
Guarda-roupas
Abrem
o
som,
a
tv
atrás
de
flagrante
Vários
chutes
na
boca,
desrespeitam
a
minha
mulher,
minha
filha
Sem
mandato
um
batalhão
de
gambé
na
minha
sala
dando
coronhada
Apavorando
minha
família
Não
fui
criado
nos
Jardins
nem
no
Morumbi
Não
me
hospedo
em
hotel
cinco
estrela
Não
tenho
motorista,
uma
BMW,
esperando
por
mim
Nasci
pra
assalto
à
banco
e
carro
forte
Pra
ser
o
elo
da
farinha
da
playboyzada
pra
favela
O
justiceiro
que
respira
morte,
o
assassino
que
abre
sua
cabeça
no
meio
por
Dinheiro
Ou
o
sequestrador
que
te
queima,
te
tortura,
te
esfaqueia
no
cativeiro
Que
pega
seu
filho
pelo
pescoço
de
refém,
exige
carro,
armas
E
espalha
os
miolos
dele
como
se
fosse
um
cachorro
Como
se
fosse
ninguém
Só
o
livro
a
caneta,
o
lápis,
o
caderno
evitam
que
o
Eduardo
doc
éu
seja
o
Eduardo
do
inferno
Esqueça
toda
essa
porra
de
BO,
fita
boa,
armamento
é
tudo
ilusão
De
um
abraço
no
seu
pai,
sua
mãe,
sua
mina,
isso
sim
é
real
não
da
sangue,
Não
da
caixão
Seu
trampo,
seu
estudo
brecam
o
cano
do
PM,
Pobre
informado,
engatilhando
o
raciocínio,
É
embaçado
qualquer
país
treme,
quando
a
sirene
do
carro
funerário
tocar
Entre
as
flores
lá
no
caixão,
Quero
ver
o
mano
digno
não
marionete,
que
morreu
na
mão
da
rota
Apenas
outra
ladrão,
aqui
diz
Facção,
Facção.
Brincando
de
Marionetes,
É
o
sistema
brincando
de
marionetes
Brincando
de
Marionetes,
É
o
sistema
brincando
de
marionetes
Aí
mano
aposente
seu
calibre,
dispense
a
farinha,
desfaça
a
quadrilha,
O
nosso
sangue,
o
cadáver
embaixo
do
jornal,
o
moleque
fumando
crack,
É
o
que
o
sistema
brasileiro
de
corpos
quer,
pobre
se
matando,
Pobre
trocando
tiro
entre
si,
pobre
morrendo
na
mão
da
policia,
pobre
no
cemitério,
Seu
trampo
e
seu
estudo
brecam
o
cano
do
PM,
mano
informado,
Digno
se
valorizando
é
embaçado
mano,
o
Brasil
treme,
Eduardo
Dundum,
Erick
12,
Facção
Central,
1998,
Brincando
de
Marionetes.
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