Текст песни O Fantasma de Luis Bunuel - Nōva , MARCELO
Quem
lhe
ensinou
a
sorrir
desse
jeito?!
Quando
tudo
que
eu
quero
é
ficar
sossegado.
Se
as
evidências
não
tivessem
caído
maduras,
É
muito
provável
que
você
as
tivesse
negado.
Pensei
já
ter
visto
tudo
isso
em
outro
lugar
Sua
boca
pintada,
sua
língua
espada
- anjo
exterminador.
Quem
de
sã
consciência
viria
parar
aqui
no
fim
do
mundo
Onde
o
rei
está
morto,
e
o
carrasco
no
trono
é
quem
toca
o
tambor.
A
semente
da
dúvida,
plantada
no
seu
inconsciente.
Sim,
seu
medo
latente
não
me
deixa
pensar.
E
o
fantasma
de
Luis
Buñuel
está
pra
chegar.
Aqui
dentro
o
silêncio
é
bem
mais
forte
que
o
frio.
Dá
pra
sentir
o
ritmo
do
seu
pequeno
acesso
de
asma.
Dá
pra
ouvir
o
guarda
noturno
correndo
e
apitando.
Apavorado
como
se
tivesse
visto
um
fantasma.
A
lua
solta
no
espaço
exibe
seu
brilho
a
sua
dor.
As
flores
mortas
de
sede
estão
secando
no
vaso.
Seu
destino
pensado
não
correu
pro
lado
que
você
queria.
É
que
a
necessidade
não
tem
a
mesma
pureza
do
acaso.
Com
os
olhos
fechados,
pois
acostumados
a
ver
na
escuridão
A
noite
se
move,
e
se
move
então
chove
- a
noite
vai
desabar.
Com
o
fantasma
de
Luis
Buñuel
a
nos
observar.
São
noventa
pessoas
vestidas
e
prontas
para
o
jantar.
Umas
vieram
em
sonho,
outras
chegaram
de
trem.
Elas
trocam
apertos
de
mão
e
presentes
tão
caros.
Cada
uma
querendo
o
que
a
outra
já
tem.
"Ah,
mas
esses
criados
não
ficam
calados,
tão
impertinentes!"
Disse
a
jovem
senhora
voltando
as
horas
num
relógio
quebrado.
E
se
o
futuro
me
aguarda,
e
ele
não
tarda
nem
chega
atrasado
Que
horas
serão
quando
o
tempo
mudar
para
tempo
passado?!
Adeus
- disse
o
tempo
e
sorriu,
fechando
a
janela.
E
aquela
senhora,
outrora
tão
jovem,
já
parece
morta.
É
o
fantasma
de
Luis
Buñuel
que
abre
outra
porta.
Valquíria,
a
noiva
virgem
que
chegou
das
Bermudas
Colocou
a
vaidade
na
mesa
e
a
verdade
no
chão.
Seus
olhos,
fontes
azuis
de
tanta
pureza
Conserva
sua
virgindade
como
uma
perversão.
Falou
de
um
vagão
de
terceira
cheio
de
gente
do
povo
Que
mais
parecia
um
antigo
e
enorme
acordeon.
Abrindo
e
fechando
- solando
uma
dança
demente.
Tão
em
cima
dos
trilhos,
e,
no
entanto,
tão
fora
do
tom.
E
se
não
há
verdades,
então
talvez
tudo
seja
ilusão.
Só
uma
gargalhada
que
ecoa
do
lado
de
fora.
E
o
fantasma
de
Luis
Buñuel
decide
ir
embora.
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