CAPICUA - Flamingo Songtexte

Songtexte Flamingo - CAPICUA




Quase cinza, promessa de cisne Pato feio que não se transformou Apenas
Cisma, flamingo que desbotou Ausência de cor e som Eu estou minguante
, Olho os livros da estante É pouco tempo pra tanto Queria ser mais
Do que a mãe Lente de aumento, estar sensível ao momento e bem
Mas é tormento se nem musa, nem tusa se tem O cansaço é inimigo da
Poesia O prazo eu respeito e no peito fico vazia Rotina é veneno que
Nos mata devagar Doses de tédio de manhã e ao deitar Casamento
Desgastado nosso Criou-se um fosso como se fosse o fundo do poço E
Nós ponderamos o nosso divórcio, mas não era tempo E
Ambas tivemos amantes nesse contratempo Eu disse sempre
Que não é sensato seres-me assistente Simplesmente não é
Avisado, não é prudente ser totalmente sustentada, uh
Ser dependente da música ou de um homem, nah, é mau exemplo
No teto do Teatro São João, de um lado
Está a música e do outro a poesia
Ao palco, como altar em oração, eu tento a súplica
Eu quero a escrita em dia
um tipo de tristeza que é carne
Viva para o coração e suas pisaduras
Para as quais qualquer afago é uma provação
Todo toque é tortura, e eu perdi a candura
Os flamingos são conhecidos pela sua coloração habitualmente rosada
Resulta de uma alimentação à base de crustáceos, ricos em caroteno
Quando se reproduzem, alimentam as suas crias
Com uma espécie de leite que geram no papo
Durante esse árduo processo, vão perdendo o seu tom característico
Até ficarem com a plumagem totalmente esbranquiçada
E quando finalmente os filhotes começam a
Comer sozinhos, os flamingos recuperam a cor
Quase cinza, promessa de cisne Pato feio que não se transformou
Apenas cisma, flamingo que desbotou Ausência de cor e som
Quase cinza, promessa de cisne Pato feio que não se transformou
Apenas cisma, flamingo que desbotou Ausência de cor e som É
Que eu paro do verbo "parir", mas nunca paro do verbo "parar"
Não paro o verbo e, sem o verbo, eu fico sem ar
presa ao pensamento e é o que tem de ser
E não corpo e quando corpo, dor e não o meu prazer
Eu li o livro de desassossego como quem o percebe E despi o
Otimismo que não me serve De manhã, é sempre noite escura na
Minha cabeça Em que a lua é uma unha e o tempo tem pressa Eu quero
Música que inspira, eu deixo a porta aberta E eles põem mil palavras
Numa frase e nenhuma é certa Nunca acertam, tanta letra, tanta
Treta profetas sem caneta, sem ter pena de poeta Quase cinza
Promessa de cisne Pato feio que não se transformou Apenas cisma
Flamingo que desbotou Ausência de cor e som Quase cinza, promessa
De cisne Pato feio que não se transformou Apenas cisma, flamingo
Que desbotou Ausência de cor e som O flamingo não é cor-de-rosa
Torna-se o poema, não nasce da prosa
Forma-se e o cisne, não nasce elegante
Adorna-se a lua, não é minguante
Transforma-se



Autor(en): Dj Ride, Luís Montenegro



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