CAPICUA - Estrela Da Tarde Songtexte

Songtexte Estrela Da Tarde - CAPICUA




Ari dos Santos
Carlos, Ari dos Santos
Meu amor, meu amor, eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor, eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti
Tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde que a boca, tardando-lhe o beijo, ardia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa, tal dia
Quando nós nos olhamos, tardamos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficamos unidos, ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste, o sol amanecia
Era tarde demais para haver outra noite para haver outro dia
Meu amor, meu amor, eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor, eu não tenho a certeza
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
És a tristeza
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordada, recordo no canto
Eis a tarde em que tarde surgiste de um triste e profundo recanto
Eis a noite em que cedo nasceste despido de mágoa e de espanto
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos noturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram
Meu amor, meu amor, eu não tenho a certeza
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor, eu não tenho a certeza
Eu não tenho a certeza
Meu amor, meu amor, eu não tenho a certeza
És a tristeza
Meu amor, meu amor, eu não tenho a certeza
Uma festa de fogo fizeram, fizeram
Da estrada mais linda da noite, uma festa de fogo fizeram
O dia da morte da princesa Diana, aquela cassete dos Sublime
A sensação de desadequação, a certeza de derreter, as nossas
Moléculas misturadas entre si e no granito daquela cidade velha
Na fraga de onde saiu aquele degrau de pedra, em toda a matéria
O corpo eletrizado, os dedos manchados de tinta, a juventude na pele
Mãe de toda a intensidade, o coração irremediavelmente partido pela
Primeira vez, a fotografia da criança sem memória guardada como um
Souvenir, a chamada na cabine telefónica com as pernas a tremer
A amiga que relativiza como se o infinito tivesse cabimento
O firmamento inteiro como o futuro sempre adiado, as despedidas
Juradas, choradas, com as estrelas nos olhos
A sucessão de reencontros mais ou menos épicos
Mais ou menos habituais, mas sempre insuficientes
Adolescente, o nosso amor de ficar suspenso para
Do espaço-tempo e eu hei-de regressar a ele em sonhos
Quando os fios se cruzarem para me lembrar de quem sou
É que o meu coração era frágil e tu rasgaste
Desajeitadamente o seu íman de virgindade
Foi nesse dia que jurei nunca mais mudar os
Meus planos por amor e nunca mais mudei
É nesse juramento que está ancorada a minha liberdade



Autor(en): Fernando Tordo, Luís Montenegro



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