Lyrics A Fábrica Do Poema - Adriana Calcanhotto
Sonho
o
poema
de
arquitetura
ideal
Cuja
própria
nata
de
cimento
encaixa
palavra
por
palavra
Tornei-me
perito
em
extrair
Faíscas
das
britas
e
leite
das
pedras
Acordo
e
o
poema
todo
se
esfarrapa,
fiapo
por
fiapo
Acordo,
o
prédio,
pedra
e
cal,
esvoaça
Como
um
leve
papel
solto
à
mercê
do
vendo
E
evola-se,
cinza
de
um
corpo
esvaído
de
qualquer
sentido
Acordo,
e
o
poema-miragem
se
desfaz
Desconstruído
como
se
nunca
houvera
sido
Acordo,
os
olhos
chumbados
pelo
mingau
das
almas
E
os
ouvidos
moucos
Assim
é
que
saio
dos
sucessivos
sonos
Vão-se
os
anéis
de
fumo
de
ópio
E
ficam-me
os
dedos
estarrecidos
Metonímias,
aliterações,
metáfora
Oxímoros
sumidos
no
sorvedouro
Não
deve
adiantar
grande
coisa
Permanecer
à
espreita
No
topo
fantasma
da
torre
de
vigia
Nem
a
simulação
de
se
afundar
no
sono
Nem
dormir
deveras
Pois
a
questão-chave
é
Sob
que
máscara
retornará
o
recalcado?
Sob
que
máscara
retornará?
Sob
que
máscara?
1 Por Que Você Faz Cinema?
2 A Fábrica Do Poema
3 Bagatelas
4 Metade
5 Sudoeste
6 O Verme E A Estrela
7 Estrelas
8 Aconteceu
9 Cariocas
10 Morro Dois Irmãos
11 Inverno
12 Roleta Russa
13 Tema De Alice
14 Portrait of Gertrude (Excerpt from "Gertrude Stein Reads From Her Poetry")/Sieben Frühe Lieber
15 Minha Música
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