Lyrics Souvenir (feat. Sopa de Pedra) - CAPICUA
Sejam
bem-vindos
à
cidade
sem
memória
O
nosso
arrepiante
parque
de
diversões
onde
Ninguém
habita,
mas
é
bem-vindo
quem
visita
Temos
vinho
do
morto,
pastéis
do
Além
e
muito
pastiche
também
Os
comboios
são
fantasma,
mas
temos
tuk-
Tuks,
trotinetes
e
todo
tipo
de
traquitana
Comprem
já
os
bilhetes,
seus
sacanas,
e
não
Se
esqueçam
de
passar
na
loja
dos
souvenirs
Thank
you!
La-la-la-la,
la-la-la-la,
la-la-la
Nós
Somos
os
fantasmas
da
cidade
sem
memória
Os
que
já
não
pertencem,
mas
recusam-se
a
ir
embora
Ficamos
com
os
restos
e
os
ratos
nas
vielas
Ficamos
com
o
lixo
dos
hotéis
de
cinco
estrelas
Falamos
entre
nós
a
língua
estranha
das
gaivotas
E
somos
como
os
pombos,
damos
nojo
aos
agiotas
Vagamos
pelas
ruas
e
espreitamos
às
janelas
E
as
casas
tão
compradas,
não
podemos
reavê-las
Nossa
casa
é
souvenir
Nossa
mesa
é
souvenir
Nosso
fado
é
souvenir
Não
nos
resta
mais
por
vir
Nós
somos
os
fantasmas
da
cidade
sem
memória
Os
que
já
não
pertencem,
mas
recusam-se
a
ir
embora
Nossas
vidas
tão
pintadas
nas
fachadas
de
azulejo
Nossas
coisas
são
para
os
outros
objetos
de
desejo
As
vitrines
estão
bonitas,
mas
não
estamos
no
reflexo
Fomos
com
a
tralha
para
o
fundo
do
anexo
Cantamos
por
dinheiro
um
fado
velho,
saudosista
Que
só
entretém
os
ébrios,
os
beatos
e
os
tudistas
Nossa
casa
é
souvenir
Nossa
mesa
é
souvenir
Nosso
fado
é
souvenir
Não
nos
resta
mais
por
vir
Se
não
fosse
a
memória,
o
que
seria
da
cidade?
O
acumular
de
sedimentos,
a
amalgama
de
sons,
de
corpos,
de
Quotidiano,
a
sobreposição
de
camadas
de
tinta,
a
sucessão
de
Desgastes
e
de
restauros,
é
tudo
feito
da
pura
substância
do
tempo
Sem
passado,
nada
sobra
na
cidade
Apesar
de
nos
venderem
que
a
cidade
é
futuro,
não
é
Quando
a
cidade
perde
a
memória,
caímos
todos
ao
chão
É
orfandade
Passamos
avultos,
sem
rumo,
nem
propósito,
almas
penadas
As
cidades
sem
memória,
não
podemos
encostar
os
ouvidos
Às
paredes,
porque
tudo
é
de
cartão
como
num
cenário
Nas
cidades
sem
memória,
é
a
cidade
que
se
abandona
Está
tudo
ao
serviço,
mas
ninguém
cuida
ou
é
cuidado
Ficamos
todos,
cada
um
por
si,
a
ecoar
No
vácuo,
propagando
o
inaudível
E
nem
as
lendas
rezarão
por
nós,
porque
as
lendas
também
são
memória
As
cidades
sem
memória
não
têm
costuras
É
tudo
colado
a
cuspe
Até
porque
a
memória
é
como
um
fio
E
sem
um
fio,
nada
se
cose
Somos
os
fantasmas
da
cidade
sem
memória
Os
que
não
pertencem
mais
aqui,
mas
não
vão
embora
Somos
os
fantasmas
da
cidade
sem
memória
Os
que
não
pertencem
mais
aqui,
mas
não
vão
embora
Nossa
casa
é
souvenir
Nossa
mesa
é
souvenir
Nosso
fado
é
souvenir
Não
nos
resta
mais
por
vir
Vinho
do
morto,
pastéis
do
além,
caixão
de
cortiça
não
sobra
ninguém
Vinho
do
morto,
pastéis
do
além,
caixão
de
cortiça
não
sobra
ninguém
1 Souvenir (feat. Sopa de Pedra)
2 Meia Romã
3 IV
4 V
5 Apartamento
6 Natureza Morta
7 Danúbio (feat. Gisela João)
8 Chiaroscuro
9 Ao Ocaso (feat. Toty Sa'Med)
10 I
11 Estrela Da Tarde
12 Making Teenage Ana Proud
13 Brava
14 II
15 Morbidez
16 Flamingo
17 III
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