Carlos do Carmo - Fado do Campo Grande Lyrics

Lyrics Fado do Campo Grande - Carlos do Carmo



A minha velha casa,
Por mais que eu sofra e ande,
é sempre um golpe de asa,
Varrendo um Campo Grande.
Aqui no meu pais,
Por mais que a minha ausência doa,
é que eu sei que a raiz de mim
Está em Lisboa.
A minha velha casa
Resiste no meu corpo,
E arde como brasa
Dum corpo nunca morto.
À minha velha casa
Eu regresso à procura
Das origens da ternura,
Onde o meu ser perdura.
Amiga amante, amor distante.
Lisboa é perto, e não bastante.
Amor calado, amor avante,
Que faz do tempo apenas um instante.
Amor dorido, amor magoado
E que me doí no fado.
Amor magoado, amor sentido,
Mas jamais cansado.
Amor vivido é o amor amado.
Um braço é a tristeza,
O outro é a saudade,
E as minhas mãos abertas
São chão da liberdade.
A casa a que eu pertenço,
Viagem para à minha infância,
é o espaço em que eu venço
E o tempo da distância.
E volto à minha casa,
Porque a esperança resiste
A tudo quanto arrasa
Um homem que for triste.
Lisboa não se cala,
E quando fala
é minha chama,
Meu castelo, minha Alfama,
Minha pátria, minha cama.
Amiga amante, amor distante.
Lisboa é perto, e não bastante.
Amor calado, amor avante,
Que faz do tempo apenas um instante.
Amor dorido, amor magoado
E que me doí no fado.
Amor magoado, amor sentido,
Mas jamais cansado.
Amor vivido é o amor amado.
Ai, Lisboa, como eu quero,
é por ti que eu desespero.



Writer(s): antónio vitorino de almeida, josé carlos ary dos santos, ary dos santos, antónio victorino almeida


Carlos do Carmo - Ao Vivo no C.C.B




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