Lyrics Invicta - Deau
Invicta,
para
lá
das
24!
Sentado
num
banco
no
centro
da
Avenida
Comprei
bilhetes
assisto
na
primeira
fila
Levanta-se
a
cortina
inicia-se
a
peça
de
teatro
Bem-vindos
à
Invicta
para
lá
das
24
Hora
a
que
a
Cinderela
perde
o
encanto
Deve
ser
aquela
à
porta
do
McDonalds
num
canto
À
espera
que
o
princípe
lhe
leve
o
sapato
Mas
quem
lá
chega
tem
outro
tipo
de
cristal
no
casaco
Lá
vão
eles
felizes
para
sempre
Pelo
menos
iludidos
enquanto
o
corpo
não
sente
a
ressaca
Carros
aglomeram-se
na
Praça,
vivem-se
tempos
de
crise
Maioria
é
de
boa
marca
Garanhões
no
volante
atrás
de
carne
fraca
A
fazer
roncar
o
escape
a
ver
se
nenhuma
lhes
escapa
Os
autocarros
estão
de
partida
na
sua
última
ronda
Com
os
vestígios
da
população
activa
de
volta
à
zona
dos
subúrbios
Aparecem
os
primeiros
grupos
de
adolescentes
Ditos
cultos
nas
suas
fases
de
estudos
São
estes
os
futuros
doutores
e
engenheiros
Que
andam
na
rua
e
gozam
com
quem
vira
o
barco
primeiro
Os
trabalhadores
aconchegam-se
a
cobertores
Nas
ruas
trabalham
dealers,
putas
e
arrumadores
Vão-se
abrindo
as
portas
das
casas
nocturnas
Vais
sentindo
as
primeiras
vibrações
das
colunas
O
Piolho
cheio
de
rastas,
freaks,
betos
e
gunas
Em
todos
os
sítios
fazes
o
mesmo,
bebes,
danças
e
fumas
É,
esta
a
rotina
neste
turno
diário
Chegamos
ao
fim
do
acto
É
hora
de
mudar
de
cenário
Sê
bem-vindo
á
Invicta
para
lá
das
24
Pessoas
são
personagens,
ruas
são
o
palco
Levanta-se
a
cortina
prepara-te
para
o
impacto
Em
cada
rua
e
cada
esquina
tem
um
espectáculo
(BIS)
A
zona
industrial
a
esta
hora
tem
outra
indústria
Abrem-se
as
portas,
as
pessoas
são
atraídas
pela
música
Todos
querem
o
mesmo
drogas,
álcool
e
foda
Discoteca
da
moda
cheia
de
gente
á
porta
Aqui
a
figuração
dos
actores
é
mais
cuidada
Sub-16
esforça-se
para
ter
idade
avançada
Mitras
dão
para
betos,
sopeiras
dão
para
pitas
Todos
oferecem
o
corpo
com
roupas
para
dar
nas
vistas
Cabides
com
Gabanna,
De
Puta
Madre
e
Armani
Para
levar
alguém
para
a
cama
despir
e
usar
Harmony
Aqui
tu
vês
o
quanto
isto
tem
evoluído
No
Porto
já
não
existem
indícios
de
racismo
Estamos
num
país
super
desenvolvido
Que
não
discrimina
cores
raciais
mas
o
que
tens
vestido
Á
porta
deste
sítio
existe
sempre
um
tipo
estúpido
Que
selecciona
pelo
logotipo
a
entrada
do
público
É
Carnaval
a
toda
a
hora,
A
tua
carne
vale
a
imagem
que
pões
cá
fora
Nestas
bandas
é
tudo
igual
Piça
atrás
de
pussy,
pussy
atrás
de
piça
E
se
possível
a
mais
social
Sê
bem-vindo
á
Invicta
para
lá
das
24
Pessoas
são
personagens,
ruas
são
o
palco
Levanta-se
a
cortina
prepara-te
para
o
impacto
Em
cada
rua
e
cada
esquina
tem
um
espectáculo
Muda
o
cenário,
erguem-se
torres,
corredores
e
escadas
Ouvem-se
capeadores
nas
portas
das
entradas
Encontras-te
num
sítio
onde
o
contraste
é
explicíto
Facilmente
distingues
quem
vende
e
compra
o
que
é
ilicíto
Por
aqui
é
negro
o
mercado
Todos
trabalham
seja
fim
de
semana
ou
feriado
Escusas
de
fazer
chorado
é
que
não
levas
fiado
Não
há
dinheiro
não
há
vicíos
já
dizia
o
ditado
Dança
dos
mortos
vivos
com
olho
bem
aberto
Ela
fode
com
todos
e
não
lhe
importa
o
aspecto
Relvas
do
jardim
com
agulhas
nas
pontas
O
HIV
está
escondido
a
ver
se
tu
o
encontras
A
polícia
brinca
ás
escondidas
de
caçadeira
na
mão
A
branca
de
neve
faz
cada
um
dos
sete
pecados
parecer
anão
O
ouro
da
família
em
casa
já
não
está
Está
fumado
em
papel
de
prata
preto
do
"noostan"
Gritam
água,
água,
claro
este
é
o
povo
Da
cidade
do
Pinto
da
Costa
e
os
dragões
cospem
fogo
Com
bicarbonato
fazem
magia
do
Deco
Sarrafo
à
Paulinho
Santos
a
virar
bica
no
prego
À
moda
do
Porto
sai
tripa
Matadores
na
frente
à
Jardel,
e
Baía
a
defender
a
equipa
Não,
não
tens
noção
de
quem
são
os
maus
da
fita
Nunca
dês
para
campeão
nos
bairros
da
invicta
Sê
bem-vindo
á
Invicta
para
lá
das
24
Pessoas
são
personagens,
ruas
são
o
palco
Levanta-se
a
cortina
prepara-te
para
o
impacto
Em
cada
rua
e
cada
esquina
tem
um
espectáculo
As
calçadas
das
boutiques
Acolhem
os
corpos
dos
sem
abrigos
Idosos,
ressacas
e
mendigos
Nunca
viram,
então
sejam
bem
vindos
Sejam
bem
vindos,
estes
são
quem
tem
a
maior
mansão
Telhados
de
estrelas,
paredes
de
papelão
De
barriga
cheia
por
um
pedaço
de
pão
Vivem
do
pouco
que
lhes
dão
São
os
minutos
finais
desta
obra
As
pessoas
levantam-se
mas
ninguém
se
incomoda
Não
se
apercebem
que
são
os
actores
desta
peça
E
enquanto
não
tiverem
o
pior
papel
ninguém
se
interessa
Cidade
ladina,
vigária
e
taciturna,
bela
rainha,
mulher
da
vida
vagabunda
Exibe
esta
peça
de
segunda
até
segunda
Porque
a
performance
dos
actores
é
sempre
a
mesma,
nunca
muda
Sê
bem-vindo
á
Invicta
para
lá
das
24
Pessoas
são
personagens,
ruas
são
o
palco
Levanta-se
a
cortina
prepara-te
para
o
impacto
Em
cada
rua
e
cada
esquina
tem
um
espectáculo."
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