Lyrics Agora Nunca É Tarde - Pedro Barroso
Cada
um
de
nós
nasce
Com
um
artista
lá
dentro
Um
poeta,
um
escultor,
um
aventureiro
Um
cientista,
um
pintor,
um
arqueólogo
Um
estilista,
um
astronauta,
um
cantor
Um
marinheiro
E
o
sonho
e
a
distância,
e
o
tempo
e
a
saudade
Deram-nos
vida,
amor,
problemas,
mentiras
e
verdade
E
damos
por
nós
mesmos
descobrindo
que
agora
Agora
se
calhar,
já
é
um
pouco
tarde
E
nas
memórias
velhas
e
secretas
da
menina
Mora
sempre
aquele
sonho
de
ser
Bailarina,
atriz,
modelo,
princesa,
muito
rica,
eu
sei
lá
Mas
os
anos
correram
num
assombro
E
a
vida
foi
injusta
em
qualquer
jeito
Para
a
chama
indelével
que
ainda
arde
E
os
filhos,
os
filhos
são
bonitos
no
seu
peito
Mas
agora
é
que,
pra
certas
coisas
Agora
já
é
tarde
E
nos
papéis
antigos
que
rasgamos
Há
sempre
meia
dúzia
que
ainda
guardamos
São
os
planos
da
conquista
do
Pólo
Norte
Que
fizemos
um
dia
com
sete
anos
numa
tarde
E
que
estiveram
perdidos
trinta
anos
E
agora,
se
calhar,
maldita
sorte!
Não
é
que
por
desnorte,
acaso
ou
esquecimento
Alguém
já
descobriu
o
Pólo
Norte
E
agora
pronto,
e
agora
pronto,
agora
já
é
tarde
Há
sempre,
sempre
nas
gavetas
escritores
secretos
Cientistas
e
doutores
Desenhos
e
projectos
construtores
feitos
em
meninos
De
tudo
o
que
sonhámos
fazer
quando
fosse
a
nossa
vez
Cientistas
em
busca
de
Plutão,
arqueólogos
no
Egito
Viajantes
sempre
sem
destino
Futebolistas
de
sucesso
do
caramba
no
Inter
de
Milão
Mas
o
curso
da
vida
foi
traidor
E
o
curso
da
vida
foi
covarde
E
o
ciclo
do
tempo
completou-se,
e
agora
pronto
Agora,
agora
já
é
tarde,
agora
é
tarde
Emprego,
casa,
filhos
muito
queridos
Algum
sonhar
um
pouco
com
amigos
Às
vezes
sair,
beber
uns
copos
pra
esquecer
ou
pra
lembrar
E
fazer
ainda,
é
claro,
um
certo
alarde
Talvez
para
esconder
ou
para
abafar
Como
é
já
tão
demasiado
e
impiedosamente
tarde
Ah
mas
não,
não,
não
pode
ser
assim
Nunca
é
tarde
para
renovar,
nunca
é
tarde
pra
se
sonhar
Nunca
é
tarde
Amanhã
partimos
todos
para
Istambul
Vladivostock,
Alasca,
Oslo,
Dakar
Vamos
à
selva,
eu
vou
a
Timor
abraçar
aquela
gente
E
às
montras
de
Amsterdam
Que
eu
afinal
também
não
sou
diferente
E
chegando
a
Tóquio,
companheiro
Chegando
a
Tóquio,
são
horas
de
jantar
hein
É
que
ainda
temos
que
voltar
por
Bombaim
Passando
por
Macau
e
Calcutá
Que
eu
encontro
Portugal
em
todo
o
lado
E
mesmo
fugindo
nunca
saio
de
mim
E
se
esse
marinheiro,
galã,
aventureiro,
esse
já
não
há
Pois
que
nos
cumpramos
ao
menos
agora
até
o
fim
No
que
fazemos,
na
diferença
do
que
formos
e
dissermos
E
perguntando,
criando
rebeldias
Conferindo
aquilo
que
acreditamos
E
o
que
ainda
formos
capazes
de
sonhar
E
se
aquilo
que
nos
dão
todos
os
dias
Não
for
coisa
que
se
cheire
ou
nos
deslumbre
Que
pelo
menos
nunca
abdiquemos
de
pensar
Com
direito
à
ironia,
ao
sonho,
ao
ser
diferente
E
será
talvez
uma
forma
inteligente
de,
afinal,
nunca
Nunca
ser
tarde
demais
para
viver
Nunca
ser
tarde
demais
para
perceber
Nunca
ser
tarde
demais
para
exigir
E
nunca
ser
tarde
demais
para
acordar
No
teclado:
David
Coelho!
Eu
tenho
aqui
um
poema
que
escrevi
num
livro
Chamado:
Das
mulheres
e
do
mundo
Bastante
ambicioso,
porque
fazer
um
livro
pra
falar
Das
mulheres
e
do
mundo
é
precisamente
impossível
porque
Ninguém
sabe
nada
nem
de
uma
coisa
nem
de
outra
Mas
enfim,
e
nesse
livro
já,
imaginem,
talvez
com
uns
dez
anos
Tava-se
a
falar
nessa
altura
da
constituição
europeia
Da
nova
constituição
europeia,
Europa,
não
sei
que
E
eu
escrevi
este
poema
com
uma
Com
uma
atualidade
enorme
hoje
em
dia,
suponho
1 Cantarei
2 Menina Dos Olhos de Água
3 Um Caso Muito Sério
4 Água
5 Bonita
6 Eu Quero Lá Saber
7 In Nominae
8 Jardim de Poetas
9 O Cheiro
10 Dá-Me uma Gota de Ti
11 Música, Música
12 Agora Nunca É Tarde
13 Estados Unidos da Europa
14 Palavras Demais
15 Tão Mulher
16 Fado da Tua Boca
17 Medley
18 Viva Quem Canta
19 Palavras Ao Vento
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