Lyrics Depoimento de um Viciado (Ao Vivo) - Realidade Cruel
São
duas
da
manhã
e
eu
de
calça
e
blusa
O
tempo
frio,
do
céu
cai
chuva
Eu
sou
sozinho,
parceiro,
e
é
foda
Com
meu
destino
ninguém
mais
se
importa
Chegar
ao
ponto
que
eu
cheguei
é
lamentável
Estado
físico
inacreditável,
eu
sinto
crise
Eu
sinto
convulsão,
é
muito
triste
o
meu
estado,
sangue
bom
Trinta
quilos
mais
magro,
vai
vendo
O
resultado
é
pura
essência
do
veneno
O
vício
tira
a
calma,
a
cabreragem
me
acelera
O
demônio
rouba
a
alma,
o
inferno
me
sequestra
Cadê
a
luz
que
vem
lá
do
céu?
Cadê
Jesus
pra
julgar
mais
este
réu?
Tenho
vontade
de
morrer
constantemente
O
descontrole
da
mente
me
deixa
impaciente
e
é
foda
Eu
saio
que
nem
louco
pela
rua
Único
mano
é
o
cano
na
cintura
Eu
preferia
tá
falando
de
amor
Falando
das
crianças
e
não
da
minha
dor
Mas
eu
sou
o
espelho
da
agonia
de
um
homem
Sem
identidade,
caráter,
sem
nome
Sem
Mercedes,
Audi
ou
Mitsubishi
Consumidor
da
praga
do
apocalipse
Tão
jovem,
sem
esperança
de
vida
Tão
novo
e
já
suicida
São
duas
da
manhã
e
faz
chuva
O
pesadelo
ainda
continua
Um
dia
frio
Um
bom
lugar
pra
ler
um
livro
E
o
pensamento
lá
em
você
Eu
sem
você
não
vivo
(depoimento
de
um
viciado)
Um
dia
frio
Um
bom
lugar
pra
ler
um
livro
E
o
pensamento
lá
em
você
Eu
sem
você
não
vivo
(depoimento
de
um
viciado)
Comecei
de
forma
curiosa
Um
cigarro
de
maconha
não
era
droga
Era
o
que
todo
mundo
me
falava
Experimentei,
nem
eu
mesmo
acreditava
Primeira
vez,
outra
sensação
Segunda
vez,
mó
barato,
ilusão
Mundo
dos
sonhos,
me
sinto
mais
leve
Enquanto
isso,
os
meus
neurônios
fervem
Sentia
fome,
sentia
a
viagem
inteira
Observava
de
longe
as
paisagens
A
fumaça
me
deixava
cada
vez
mais
louco
Sem
perceber
eu
já
era
o
próprio
demônio
Segundo
passo,
veio
a
cocaína
Morava
com
a
minha
mãe,
me
lembro
da
minha
mina
Felícia
Cheirava
comigo
sem
parar
Dois
loucos
24
horas
no
ar
Parei
com
estudo,
perdi
até
o
trampo
Ganhei
o
mundo
e
uma
desilusão
e
tanto
Perdi
a
minha
própria
mãe,
que
trauma!
Morreu
de
desgosto
por
minha
causa
Nem
assim
eu
consegui
parar,
vixi!
Só
a
morte
pode
me
libertar
Eu
roubava
pra
sobreviver,
ou
melhor,
Pra
manter
o
vício
e
não
morrer,
que
dó!
Suicídio,
lento
era
o
processo
Eu
nunca
fui
estrela,
eu
nunca
fui
sucesso
Contaminado,
HIV
positivo
Qual
a
diferença
do
inimigo
pro
perigo?
Aí,
são
duas
da
manhã
e
faz
chuva
Pesadelo
ainda
continua
Continua
ladrão,
o
pesadelo
ainda
continua
Um
dia
frio
Um
bom
lugar
pra
ler
um
livro
E
o
pensamento
lá
em
você
Eu
sem
você
não
vivo
(depoimento
de
um
viciado)
Um
dia
frio
Um
bom
lugar
pra
ler
um
livro
E
o
pensamento
lá
em
você
Eu
sem
você
não
vivo
(depoimento
de
um
viciado)
Amigo,
aí,
eu
falei
esta
palavra
Me
desculpa
foi
erro,
não
pega
nada
Eu
nunca
tive
amigo
nessa
porra
Só
prejuízo
na
vida
de
ponta
a
ponta
Mas
quem
vai
se
importar,
eu
sou
apenas
mais
um
Aidético
viciado,
infelizmente
comum
Mais
um
entre
mil
ou
um
milhão,
ladrão
Escravo
desta
triste
detenção
A
minha
história,
parceiro,
é
mais
triste
Eu
nunca
engoli
escova
de
cabelo
Mas
já
matei
pelo
crack
e
por
dinheiro
Puta
que
pariu,
o
inferno
me
chama
Quem
sabe
lá
eu
consigo
a
fama
ou
o
drama
Ou
a
lama
de
fogo
eterno
Condenado
à
escuridão
do
inferno
Hoje,
eu
sou
louco
de
intensa
coragem
Com
o
ferro
a
favor
do
crack
Não
sei
se
a
malandragem
é
minissérie
ou
história
Mais
sei
que
a
carreira
parceiro
é
sem
glória
Vou
tentar
não
matar
mais
ninguém
Chega
de
ser
refém,
eu
preciso
é
do
bem
Vou
entregar
à
Deus
a
minha
vida
Vou
acreditar
nas
palavras
da
Bíblia
Arrependido
de
todos
os
pecados
Ter
conseguido
escapar
do
diabo
Espero
que
a
minha
história
sirva
de
exemplo
Pra
quem
tá
começando,
parceiro,
como
eu
comecei
Que
se
afaste
das
drogas
enquanto
é
tempo
Pra
não
provar
do
veneno
que
eu
provei
É
embaçado,
sangue
bom,
vai
por
mim
Tudo
nesta
vida
tem
um
fim
São
duas
da
manhã,
faz
chuva
Eu
vou
orar
pela
minha
alma
e
pela
sua
É
madrugada,
faz
chuva
Eu
vou
orar
pela
minha
alma
e
pela
sua
Um
dia
frio
Um
bom
lugar
pra
ler
um
livro
E
o
pensamento
lá
em
você
Eu
sem
você
não
vivo
(depoimento
de
um
viciado)
Um
dia
frio
Um
bom
lugar
pra
ler
um
livro
E
o
pensamento
lá
em
você
Eu
sem
você
não
vivo
(depoimento
de
um
viciado)
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