Lyrics Cálice - Milton Nascimento , Renato Braz , Mario Gil , Chico Buarque
Como
beber
dessa
bebida
amarga
Tragar
a
dor,
engolir
a
labuta
Mesmo
calada
a
boca,
resta
o
peito
Silêncio
na
cidade
não
se
escuta
De
que
me
vale
ser
filho
da
santa
Melhor
seria
ser
filho
da
outra
Outra
realidade
menos
morta
Tanta
mentira,
tanta
força
bruta
Como
é
difícil
acordar
calado
Se
na
calada
da
noite
eu
me
dano
Quero
lançar
um
grito
desumano
Que
é
uma
maneira
de
ser
escutado
Esse
silêncio
todo
me
atordoa
Atordoado
eu
permaneço
atento
Na
arquibancada
pra
a
qualquer
momento
Ver
emergir
o
monstro
da
lagoa
De
muito
gorda
a
porca
já
não
anda
De
muito
usada
a
faca
já
não
corta
Como
é
difícil,
pai,
abrir
a
porta
Essa
palavra
presa
na
garganta
Esse
pileque
homérico
no
mundo
De
que
adianta
ter
boa
vontade
Mesmo
calado
o
peito,
resta
a
cuca
Dos
bêbados
do
centro
da
cidade
Pai
Afasta
de
mim
esse
cálice
Pai,
afasta
de
mim
esse
cálice
Afasta
de
mim
esse
cálice
De
vinho
tinto
de
sangue
Pai
Afasta
de
mim
esse
cálice
Afasta
de
mim
esse
cálice,
pai
Afasta
de
mim
esse
cálice
De
vinho
tinto
de
sangue
Talvez
o
mundo
não
seja
pequeno
(Cálice)
Nem
seja
a
vida
um
fato
consumado
(Pai)
Quero
inventar
o
meu
próprio
pecado
(Cálice)
Quero
morrer
do
meu
próprio
veneno
(Pai)
Quero
perder
de
vez
tua
cabeça
(Cálice)
Minha
cabeça
perder
teu
juízo
(Pai)
Quero
cheirar
fumaça
de
óleo
diesel
(Cálice)
Me
embriagar
até
que
alguém
me
esqueça
Pai
Afasta
de
mim
esse
cálice
Pai,
afasta
de
mim
esse
cálice
Afasta
de
mim
esse
cálice
De
vinho
tinto
de
sangue
Pai
Afasta
de
mim
esse
cálice
Pai,
afasta
de
mim
esse
cálice
Afasta
de
mim
esse
cálice
De
vinho
tinto
de
sangue
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