Lyrics Subúrbios - Valete
Subúrbios...
Onde
a
realidade
é
sinistra
e
não
dá
abverbios
Cinco
da
matina
Já
todos
caminham
pr′o
o
mesmo
enrredo
Porque
nos
subúrbios
O
sol
levanta
sempre
mais
cedo
É
um
povo
escravizado
nesta
sociedade
de
extremos
Trabalham
duas
vezes
mais
e
ganham
duas
vezes
menos
Sentes
o
cheiro
intenso
Que
esses
homens
trazem
no
sovaco
Porque
não
há
desodorizante
Que
abafe
o
suor
do
trabalho
escravo
Manos
encharcam
na
bebida
todo
o
espírito
frustrado
Por
cada
garrafa
que
cabe
É
uma
esposa
c'o
olho
inchado
Ainda
creditas
que
o
futuro
será
diferente
do
passado
Aqui
não
dá
para
dormir
Quanto
mais
para
sonhar
és
parvo
Aqui
o
Diabo
choca
e
actua
Ás
vezes
para
veres
o
Inferno
Basta
abrires
a
porta
da
rua
Negros
dos
subúrbios
são
sempre
vistos
Como
gente
a
mais
Para
as
discotecas
africanas
eles
são
pretos
demais
São
22
horas
ainda
há
gente
no
trabalho
Porque
para
os
suburbanos
a
lua
Levanta
sempre
mais
tarde
Onde
a
tua
mãe
aos
14
engravidou
Onde
o
teu
pai
semeou
e
não
ficou
Onde
a
pobreza
penetrou
e
se
instalou
Subúrbios
onde
Deus
nunca
passou
Onde
a
policia
espancou
e
assassinou
Onde
o
meu
povo
lagrimou
e
ripostou
Onde
o
meu
Flow
escureceu
e
congelou
Subúrbios
onde
Deus
nunca
passou
Manos
em
desespero
gritam...
Que
safoda
os
empregos
Há
sempre
trabalho
nas
esquinas
do
Getto
Vendem
doses
duras
a
pobres
coitados
á
deriva
E
que
se
armam
em
heróis
E
pensam
que
podem
foder
com
a
Heroína
Vês
milhares
deles
por
aí
com
uma
seringa
no
braço
A
investirem
a
vida
num
suicídio
de
médio
prazo
Momento
de
silencio
para
todos
os
manos
Que
a
heroína
levou...
Chikas
querem
sempre
algo
em
troca
Para
poder
abrir
as
pernas
Mas
a
única
cena
que
manos
têm
Para
oferecer
é
a
esperma
São
racionais
mas
raramente
racionalizam
Acham
que
a
cona
é
quente
demais
para
usarem
camisa
Aqui
tens
de
ter
cuidado
com
as
pachaxas
Que
tens
a
merecer
Podes
entrar
cheio
de
fé
e
sair
com
HIV
Ouviste
Esses
dreds
entram
em
qualquer
racha
que
se
abre
Por
isso
aqui
nada
cresce
A
não
ser
a
taxa
de
natalidade
E
dos
putos
que
nasçam
ás
uns
nem
têm
a
cara
do
pai
É
fudido
têm
a
cara
do
melhor
amigo
do
pai
Subúrbios...
Onde
a
tua
mãe
aos
14
engravidou
Onde
o
teu
pai
semeou
e
não
ficou
Onde
a
pobreza
penetrou
e
se
instalou
Subúrbios
onde
Deus
nunca
passou
Onde
a
policia
espancou
e
assassinou
Onde
o
meu
povo
lagrimou
e
ripostou
Onde
o
meu
Flow
escureceu
e
congelou
Subúrbios
onde
Deus
nunca
passou
Manos
saem
de
cana
Mas
cá
fora
não
há
chance
pr′a
gente
cadastrada
Então
vão
e
voltam
como
se
a
prisão
Fosse
uma
segunda
casa
Aqui
mães
sofrem
Porque
mães
sabem
Que
a
cada
dois
filhos
que
fazem
Um
é
para
as
ruas
adoptarem
Na
rua
não
há
futuro
Não
á
amor
Não
há
fé
Esses
putos
roubam
para
comer
Bro
E
comem
bue
Sempre
que
há
drama
só
contigo
é
que
podes
contar
Porque
112
aqui
pode
ser
o
nº
do
azar
Bófias
vêem
pr'os
Subúrbios
com
arrogância
e
prepotência
Por
isso
é
que
forças
de
segurança
Aqui
só
trazem
insegurança
Vêem
numa
de
roubar
pretos
com
armas
e
cacetetes
Há
mais
Skites
na
PSP
que
no
PNR
Mas
hoje
está
tudo
mudado
não
é
só
levar
e
cair
Manos
também
tão
armados
Porque
tão
cansados
de
fugir
Enrrolam
com
bue
artilharia
Prontos
para
quando
o
beef
estala
Bófias
têm
sete
vidas
niggas
têm
oito
balas
Onde
a
tua
mãe
aos
14
engravidou
Onde
o
teu
pai
semeou
e
não
ficou
Onde
a
pobreza
penetrou
e
se
instalou
Subúrbios
onde
Deus
nunca
passou
Onde
a
policia
espancou
e
assassinou
Onde
o
meu
povo
lagrimou
e
ripostou
Onde
o
meu
Flow
escureceu
e
congelou
Subúrbios
onde
Deus
nunca
passou
E
o
people
da
Linha
de
Sintra
vai
sentir
este
som
Tropas
da
Margem
Sul
vão
sentir
este
som
Todos
os
manos
que
estão
de
cana
vão
sentir
este
som
Em
Odivelas,
Santo
Antonio
vão
sentir
este
som
Carcaveles
vão
sentir
este
som
Manos
de
Quarteira
e
Gaia
vão
sentir
este
som
Até
nos
subúrbios
de
Braga
vão
sentir
este
som
A
rádio
é
muito
pataqueira
p'ra
passar
este
som
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