paroles de chanson O Bêbado Pintor - Alfredo Marceneiro
Encostado
sem
brio
ao
balcão
da
taberna
De
nauseabunda
cor
e
tábua
carcomida
O
bêbado
pintor
a
lápis
desenhou
O
retrato
fiel
duma
mulher
perdida
O
bêbado
pintor
a
lápis
desenhou
O
retrato
fiel
duma
mulher
perdida
A
impudica
mulher,
perante
o
vil
bulício
De
copos
tilintando
e
de
boçais
gracejos
Agarrou-se
ao
rapaz,
cobrindo-o
de
beijos
Perguntou-lhe
a
sorrir,
qual
era
o
seu
ofício
Agarrou-se
ao
rapaz,
cobrindo-o
de
beijos
Perguntou-lhe
a
sorrir,
qual
era
o
seu
ofício
Ele
a
cambalear,
fazendo
um
sacrifício
Lhe
diz
a
profissão
em
que
se
iniciou
E
ela
escutando
tal,
pedindo-lhe
alcançou
Que
então
lhe
desenhasse
o
rosto
provocante
E
num
sujo
papel,
as
feições
da
bacante
O
bêbado
pintor
a
lápis
desenhou
Retocou
o
perfil
e
por
baixo
escreveu
Numa
legível
letra
o
seu
modesto
nome
Que
um
ébrio
esfarrapado,
e
o
rosto
cheio
de
fome
Com
voz
rascante
e
rouca
à
desgraçada
leu
Que
um
ébrio
esfarrapado,
e
o
rosto
cheio
de
fome
Com
voz
rascante
e
rouca
à
desgraçada
leu
Esta,
louca
de
dor,
para
o
jovem
correu
Beijando-lhe
muito
o
rosto,
e
abraço-o
de
seguida...
Era
a
mãe
do
pintor,
e
a
turba
comovida
Pasma
ante
aquele
quadro,
original
e
estranho
E
enquanto
o
pobre
artista
amarfanha
o
desenho
O
retrato
fiel
duma
mulher
perdida
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