paroles de chanson Fome - Esperança (Paulo Fores & Prodigio)
A
fome
também
está
ali
Na
area
na
VIP-pipi,
VIP-pipi
A
fome
também
está
ali
De
conteúdo,
de
tudo
A
fome
também
vai
lá
Eu
sou
a
fome
E
todas
crianças
do
bairro
já
sabem
o
meu
nome
Selvagem
a
vida
da
gente
Não
há
quem
me
dome
Isso
é
vida
de
homem
Eu
já
sou
homem
(eu
já
sou
homem)
Ei,
não
penses
que
eu
existo
porque
eu
quero
Eu
também
assisto
desespero
Que
eu
invisto
nesses
guettos
Eu
trouxe
Cristo
para
esses
guettos
Nunca
vou
deixar
de
ser
visto
Porque
eu
habito
nesses
(guettos)
Fiz
guerreiros
desistirem
da
luta
Transformei
rainhas
em
prostitutas
Fiz
mães
perderem
a
dignidade
Em
troca
de
pão
para
os
filhos
Mano
eu
humilho
Mas
eu
nunca
vou
para
a
elite
De
lá
nunca
recebo
o
convite
Eles
lidam
com
o
meu
primo
afastado
Ao
que
eles
chamam
de
apetite
Isso
até
é
triste
Ninguém
me
convida,
eu
apareço
só
Para
se
livrar
de
mim,
muitos
traem
o
amor
Se
dependesse
de
mim,
eu
ficava
só
Porque
para
eu
existir
Tem
que
existir
dor
De
quem
apanhou
Dor
de
quem
resistiu
O
rosto
mudou
Na
cara
da
fome
Dor
de
quem
não
come
Dor
de
quem
não
come
Eu
trago
a
dor
de
quem
não
come
Dor
de
quem
não
dorme
E
essas
crianças
sem
nome
que
eu
apadrinho
Eu
trouxe
o
luto
para
a
casa
do
teu
vizinho
Eu
mudo
todos
que
passam
pelo
meu
caminho
Em
vez
de
te
preocupar
com
beijinhos
e
carinhos
Tu
vais
te
preocupar
comigo
Em
vez
de
manifestar,
levantar
e
reclamar
Tu
vais
co-habitar
comigo
E
é
difícil
habitar
comigo
Se
não
souberes
quem
sou
Eu
sou
a
fome
E
todas
crianças
do
bairro
já
sabem
o
meu
nome
A
vida
é
difícil
Mas
não
há
quem
me
dome
Eu
já
sou
homem
A
minha
vida
é
de
homem
Sou
filho
dessa
poeira
Que
alimenta
a
minha
barriga
vazia
Sabe
qual
é
o
seu
nome?
Eu
sou
a
fome
Sou
a
fome,
a
minha
roupa
é
esfarrapada,
é
de
homem
De
onde
fome
não
dorme
Eu
sou
a
fome
do
Catambore,
do
Cassequele
Do
Lourenço,
dos
pensamentos,
jikulumessu
Crianças
nuas
nessas
ruas
buracos
fundos
Chuva
bateu
Na
minha
casa
choveu,
eu
sou
a
fome
Como
muito,
sofro
tanto
sou
daqui
Eu
sou
a
fome
do
Catambore,
do
Cassequele
Do
Lourenço,
dos
pensamentos,
jikulumessu
Crianças
nuas
nessas
ruas
buracos
fundos
Chuva
bateu
Na
minha
casa
choveu,
eu
sou
a
fome
Como
muito,
sofro
tanto
sou
daqui
Eu
sou
a
fome
que
vos
consome
No
bairro
os
homens
já
sabem
meu
nome...
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