paroles de chanson 180, 181 (catarse) - Salvador Sobral
Há
180
dias
num
sono
profundo
Profundamente
em
paz
Não
de
quem
dorme
Nem
de
quem
morre
Mas
apenas
está
Apenas
está
uma
das
metades
Num
descanso
horizontal
E
a
outra
metade
Numa
ausência
mortal
Há
180
dias
que
me
chamam
de
vegetal
Há
180
dias
com
a
merda
do
cheiro
a
hospital
Há
180
dias
que
me
chamam
de
vegetal
Há
180
dias
com
a
merda
do
cheiro
a
hospital
A
minha
volta
a
dor
Daqueles
que
por
amor
Não
perdem
a
esperança
Como
a
de
uma
criança
Que
à
lua
quer
chegar
Apaguem
as
máquinas,
arranquem
os
fios
Assim
como
eu
arranquei
a
minha
própria
vida
Não
carregarei
nos
ombros
o
peso
de
uma
alma
perdida
Apaguem
as
máquinas,
arranquem
os
fios
E
neste
último
dia
serei
um
covarde
Um
covarde
que
teve
o
que
merecia
Apaguem
as
máquinas,
arranquem
os
fios
Apaguem
as
máquinas,
arranquem
os
fios
Apaguem
as
máquinas,
arranquem
os
fios
Há
180
dias
a
hibernar
Valerá
a
pena
despertar?
A
realidade
terei
de
enfrentar
A
realidade
de
quem
Acabou
de
matar
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